Existem muitos tipos de câncer. A doença é um mal que vem levando muitos pacientes a óbito. Um dos tipos inúmeros é o câncer de mama, que é causado por uma multiplicação anômala das células da mama. A forma desordenada que essas células são multiplicadas ocasiona o surgimento de células anormais durante o processo, que acabam formando um tumor.
Dentro do câncer de mama, existem muitos outros, pois a doença pode evoluir de variadas formas. Alguns tipos se desenvolvem rapidamente, e outros mais lentamente. Essa diferença no tempo se deve às características próprias de cada tumor.
Diante de todos esses fatores, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, no dia 13 de maio, o primeiro tratamento de imunoterapia para pacientes com câncer de mama no Brasil. O registro foi publicado no Diário Oficial da União. A técnica já tinha se mostrado eficiente no tratamento de cânceres de mama agressivos e agora chega ao país para fazer o tratamento específico de câncer de mama triplo-negativo na fase metastática.
Entenda o que é a imunoterapia
A imunoterapia usa os anticorpos monoclonais para estimular o sistema imunológico. De forma mais clara, essa técnica estimula as células que defendem o organismo a agir contra as doenças. Os medicamentos não são para as doenças nesse tipo de tratamento, mas sim para as células defensoras, fazendo com que elas identifiquem e combatam a doença.
Os medicamentos são aplicados de maneira intravenosa e eles fazem com que as células cancerosas, que têm o poder de burlar o mecanismo de defesa do organismo, sejam notadas e eliminadas. Existem poucos riscos e efeitos colaterais nessa técnica, e os existentes têm como resultado a ativação imunológica do corpo.
Com isso, as células defensoras podem enfrentar partes do próprio organismo, implicando no envolvimento de órgãos e tecidos em todo o processo imunológico. Problemas como alterações gastrointestinais, endócrinas e dermatológicas são comuns.
O tratamento e sua eficácia contra o câncer de mama
Essa terapia aumenta as chances de sobrevivência de mulheres com o tipo de câncer triplo-negativo. Esse tipo de câncer, por sua vez, é um tanto raro e possui subtipos dos mais graves entre os tumores de mama, representando cerca de 15% dos tumores de mama, que são normalmente tratados com quimioterapias. Esse tratamento é pouco eficaz contra a doença em sua fase metastática.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), o grupo de pacientes com câncer triplo-negativo terá 40% de pacientes beneficiados por meio desse tipo de tratamento. Isso foi definido por meio da expressão da proteína PD-L1, tratando-se de um receptor que fica localizado na superfície das células imunes, indicando a possibilidade de sucesso com o tratamento de imunoterapia.
Esse tratamento foi aprovado com base no estudo IMpassion 130. O estudo foi apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia (ESMO), no mês de outubro de 2018, e publicado na revista científica The New England Journal of Medicine em novembro.
O presidente da SBOC afirmou ainda que foi o primeiro estudo de fase 3 a deixar evidente os benefícios significativos de imunoterapia em câncer de mama metastático. Foi comprovado pelo estudo a diminuição de 38% de progressão da doença ou morte,além de mais 10 meses na sobrevivência global.
É sempre relevante ressaltar a importância da prevenção contra essa doença e a busca de tratamentos caso a doença já tenha sido desenvolvida, se atentando ao estágio e grau de gravidade.
Fonte: Exame