O câncer de mama é o que mais afeta as mulheres brasileiras e, quanto mais cedo for descoberto, maiores são as chances de cura. No mês em que se comemora o Dia Nacional da Mamografia (05 de fevereiro), a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) alerta que a mamografia preventiva, ou de rastreamento, não evita o surgimento do tumor, mas é o exame mais eficiente para detecção do câncer de mama ainda não-palpável clinicamente (com menos de 1cm), que apresenta alto índice de recuperação se for tratado adequadamente.
De acordo com o presidente da SBM, Dr. Antonio Frasson, nas populações que têm acesso à mamografia preventiva periódica, o número de mortes pela doença diminui de 15% a 45%. “A SBM recomenda que a realização anual do exame deve iniciar a partir dos 40 anos, mas nos casos em que a paciente tiver histórico familiar para câncer de mama (como mãe, pai, irmã) a mamografia deve ser iniciada pelo menos 10 anos antes da idade em que o familiar apresentou a doença”, afirma ele, mas alerta que em todos os casos, a mulher precisa ser acompanhada por um mastologista (médico especializado na saúde das mamas) anualmente.
Uma pesquisa coordenada por médicos da Sociedade revela que a cobertura total de 24,6% foi considerada baixa para o rastreamento mamográfico na população feminina de 50 a 69 anos, realizado entre 2008 e 2016, pelo Sistema Único de Saúde SUS). Isso porque o recomendável pela Organização Mundial de Saúde é o mínimo de 70%. O baixo número de exames pode ser atribuído a mamógrafos quebrados ou descalibrados e déficit de técnicos e médicos radiologistas para realizar o exame.
Para Frasson, a qualidade da mamografia também é imprescindível. “Quando o exame não tem ótima qualidade é melhor não ser feito, pois gera falsa segurança, tem um custo elevado, prejudica a mulher e é social e eticamente injusta” afirma o mastologista. É desejável que a mamografia faça parte da rotina anual da mulher, quando, uma só visita ao posto de saúde, inclua todos os procedimentos planejados para sua fase da vida.