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A possibilidade de uma mulher apresentar câncer de mama durante a vida é de 12,5%, ou seja, uma em cada oito mulheres desenvolverá a doença ao longo de suas vidas. Entre os principais fatores de risco envolvidos estão a idade, histórias pessoal e familiar, raça, dieta e atividade física, além, é claro, do sexo feminino. Quanto maior a idade, maior também é o risco isolado para o desenvolvimento do câncer de mama. A idade média no momento do diagnóstico é de 60 anos, o que não significa que uma mulher entre os 20 e 40 anos não possa vir a apresentar a doença, com menor probabilidade.
Dentro da história pessoal, deve-se destacar tumores primários como o câncer de ovário, do endométrio e de cólon. Outro aspecto com influência sobre o câncer de mama é o período de menacme, ou seja, o período reprodutivo da mulher. Este se estende desde a menarca (início das menstruações), até a menopausa, final da vida reprodutiva da mulher. Quanto maior for este período, maiores são as chances de uma mulher desenvolver câncer de mama por estar exposta aos hormônios por período de tempo maior (a chamada janela estrogênica). História anterior de radioterapia torácica (por exemplo, em linfomas) em qualquer momento da vida da mulher, assim como o uso de terapia de reposição hormonal combinada (estrogênio + progesterona) por períodos prolongados (>5 anos) e história pregressa de hiperplasia atípica em biópsia conferem, também, em risco aumentado para desenvolvimento da neoplasia. Seguindo o caminho inverso, a amamentação representa fator de proteção para o desenvolvimento da doença, especialmente quando ocorre entre os 20 e 30 anos.
Com relação à história familiar, contrariamente ao que muitos acreditam, quase 90% dos casos de câncer de mama não têm origem familiar, e sim, são relacionados a mutações em genes que derivam principalmente do lado materno da árvore genealógica.
Pesquisas recentes sugerem que a dieta pode ser responsável por alterar a probabilidade de uma pessoa apresentar alguns tipos de câncer. Estudos demonstram que o consumo de bebidas alcoólicas está relacionado ao desenvolvimento da doença. Não é aconselhável o consumo excessivo de gordura saturada, como, por exemplo, carne vermelha, gema de ovo, leite, gordura do coco, da palmeira, etc. Utilizar preferencialmente gordura monoinsaturada (óleo de oliva, de canola, abacate, nozes e castanhas) e gordura poli-insaturada (peixes, óleo de fígado de peixe e óleos vegetais como soja, girassol e milho).
Os médicos da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomendam dietas ricas em frutas e vegetais, além da prática de atividades físicas semanais para a manutenção de peso adequado e diminuição no risco para desenvolver a doença. Intimamente relacionado à atividade física e dieta está a manutenção de peso corporal adequado (Índice de Massa Corporal – IMC), pois as obesas ou com sobrepeso apresentam maior risco devido ao aumento na produção de estrogênios via gordura corporal, principalmente na pós-menopausa. Já a perda de peso apresenta efeito protetor, particularmente em mulheres que não utilizam terapia hormonal. Antes da menopausa, a obesidade não aumenta o risco, podendo inclusive diminuir esse risco pela anovulação.