Vacinas que protegem os pacientes com câncer
Com a disseminação de diferentes vírus respiratórios no outono, Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) destaca os imunizantes que devem ser priorizados nos casos da doença
O boletim InfoGripe, divulgado no final de março pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), indica aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave entre crianças, jovens e adultos. A situação comum a todas as regiões brasileiras decorre da disseminação de diferentes vírus respiratórios, como influenza, causador da gripe, vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus. A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) avalia este quadro com preocupação. “Em pacientes com câncer, o risco de hospitalização por influenza quadruplica em relação à população geral. No caso de pneumonia, a probabilidade de desenvolvimento da forma invasiva da doença é ainda maior”, afirma o mastologista André Mattar, tesoureiro adjunto e membro do Departamento de Tratamento Sistêmico da SBM. A recomendação do especialista para quem recebeu o diagnóstico de câncer é vacinar-se.
Com melhores respostas ao tratamento do câncer de mama ao longo dos anos, outras infecções passaram a preocupar os mastologistas. “Entre as que chamam a atenção, estão a influenza e a pneumonia”, diz André Mattar. Além de reduzir o risco de hospitalização, quatro vezes maior se comparado a mulheres que não têm câncer, a vacina contra o vírus da gripe proporciona redução de mortalidade em quase 60%. “Nos casos de pneumonia, a propensão de desenvolver a forma invasiva da doença aumenta de 12 a 50 vezes entre pacientes oncológicos”, destaca.
Os imunizantes contra influenza e pneumonia fazem parte do rol das chamadas vacinas inativadas. Hepatite A e B, HPV, Herpes Zóster, Tétano, Coqueluche, Vírus Sincicial Respiratório, entre outras, compõem este grupo. Atualmente, todas as vacinas disponíveis contra Covid-19 também são inativadas. “Para as mulheres com câncer de mama, o ideal é utilizar estas vacinas 30 dias antes do início da quimio, ou três meses após o término da quimio ou da radioterapia”, diz. No entanto, se houver necessidade, o especialista pode recomendar a aplicação mesmo durante a quimioterapia. “Sabemos que a resposta vacinal é inferior em pacientes com câncer, mas o risco de complicações por outras doenças precisa ser avaliado.”
Todas as vacinas são indicadas para quem trata um câncer? “Nem todas”, enfatiza Mattar. Vacinas de bactéria ou que têm o vírus vivo atenuado não são recomendadas. Neste grupo estão incluídas BCG, Pólio oral (VOP), Varicela, Tríplice viral, contra sarampo, caxumba e rubéola, Tetraviral, que além das três doenças acrescenta a varicela, e Febre Amarela. Também o imunizante contra a Dengue deve ser evitado. “Estas vacinas são contraindicadas para pessoas imunodeprimidas, como é o caso dos pacientes oncológicos”, ressalta.
As situações que permitem a aplicação das vacinas de bactéria ou vírus vivo atenuado se restringem a quem ainda não iniciou o tratamento do câncer. “Idealmente, devem ser ministradas até 30 dias antes do início do tratamento imunossupressor. Se não aplicados antes, o paciente pode receber os imunizantes três meses depois do término da quimio ou da radioterapia, desde que o câncer esteja em remissão e a pessoa sem grave imunocomprometimento”, diz o mastologista.
De acordo com André Mattar, é importante que as pessoas diagnosticadas com câncer ou que já estejam em tratamento da doença procurem os Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE). Estabelecidos em 1993, os CRIE integram o SUS (Sistema Único de Saúde) em todos os Estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal. Estes centros contam com infectologistas para orientar a população e permitem acesso às vacinas a pacientes imunodeprimidos ou não.
“Especialmente neste período do ano, em que há uma prevalência de doenças respiratórias, nunca é demais recomendar que a população brasileira se vacine. A prescrição de imunizantes contra influenza e pneumonia deve ser avaliada como uma proteção a pessoas com diagnóstico de câncer”, conclui o especialista da SBM.
Tomossíntese representa economia de R$ 400 milhões para os planos de saúde no prazo de 5 anos
Estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), com o apoio de várias entidades, também demonstra a efetividade do exame conhecido como ‘mamografia 3D’ para aumentar a taxa de detecção de câncer de mama
A tomossíntese digital mamária representa 90% das mamografias realizadas nos Estados Unidos. Na relação custo-efetividade, o exame demonstrou ser custo efetivo em diversos países da Europa. As pacientes com mamas que apresentam densidades fibroglandulares esparsas e heterogeneamente densas (padrões mamários B e C do ACR BI-RADS) representam 70% da população em rastreamento acima dos 40 anos. Caso fosse incorporada como rotina no rastreamento do câncer de mama dessas pacientes na rede suplementar de saúde brasileira, a tomossíntese representaria em 5 anos uma economia de R$ 400 milhões para os planos de saúde. É o que mostra um estudo inédito realizado pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), com o apoio do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologistas e Obstetras (Febrasgo). Da mesma forma que a mamografia, a tomossíntese é um método de imagem, mas com visualização detalhada em cortes de um milímetro de espessuara da mama, semelhante ao da tomografia computadorizada. Também chamado de “mamografia 3D”, o exame aumenta a taxa de detecção de carcinomas invasivos em até 40%.
O artigo “Análise de custo-efetividade da tomossíntese associada à mamografia sintetizada no rastreamento do câncer de mama na saúde complementar do Brasil”, que demonstra o potencial benefício clínico e econômico da adoção da “mamografia 3D” no rastreamento do câncer de mama na saúde suplementar brasileira em mulheres entre 40 e 69 anos com mamas de densidades fibroglandulares esparsas e heterogeneamente densas, foi publicado recentemente pela PharmacoEconomics, uma das principais revistas de avaliações econômicas em saúde do mundo.
O estudo liderado pelo mastologista Henrique Lima Couto, coordenador do Departamento de Imagem da Mama da SBM, destaca que a incorporação rotineira da tomossíntese pelo sistema suplementar representaria, em 5 anos, uma economia de R$ 400 milhões para os planos de saúde. “Este recurso poderia ser aplicado na adoção de novas tecnologias, medicações, aumento da cobertura e melhoramento do sistema de saúde complementar no combate do câncer de mama”, afirma o especialista.
A tomossíntese, na definição de Lima Couto, é a evolução da mamografia. “A mamografia é um raio X especializado em que se vê a mama em duas incidências (duas radiografias) de forma estática”, explica. A tomossíntese, como método de imagem, mas com tecnologia avançada, permite visualizar a mama tridimensionalmente, com imagens de um milímetro de espessura reconstruídas em um processo semelhante ao da tomografia computadorizada.
Na mamografia convencional, observa o especialista da SBM, as imagens, por vezes, aparecem sobrepostas, diminuindo a capacidade de detectar o câncer, principalmente nas mamas menos gordurosas. “Ao diminuir esta sobreposição, há aumento da taxa de detecção do tumor em até 40%, o que representa redução dos números de exames inconclusivos e biópsias, aumento dos diagnósticos precoces e diminuição do impacto e do tratamento mutilador e agressivo dos estágios mais avançados”, pontua.
A tomossíntese associada à mamografia sintética, como mostra o estudo publicado na revista PharmacoEconomics, é a tomografia da mama que depois produz uma imagem em 2D. “Então, a paciente tem ao mesmo tempo uma mamografia em 3D e uma mamografia bidimensional em 2D com apenas uma sessão de exposição à radiação”, explica Lima Couto. “Isso permite que o médico tenha alta qualidade de imagem, altas taxas de detecção, mas expondo a paciente à radiação padrão, dentro dos limites de qualidade definidos pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar)”, completa.
O grupo mulheres assintomáticas, de 40 a 69 anos, com mamas de densidades fibroglandulares esparsas ou heterogeneamente densas, público-alvo no estudo da SBM para a tomossíntese representa 70% da população feminina elegível para rastreamento do câncer de mama. “Hoje, as pacientes atendidas por planos de saúde precisam pagar para realizar o exame”, destaca o mastologista.
A avaliação econômica demonstrada pelo levantamento da Sociedade Brasileira de Mastologia alinha-se com estudos realizados por outros países desde 2016 que atestam a relação custo-efetividade da tomossíntese no rastreamento do câncer de mama. “Se incorporada pela ANS para cobertura obrigatória pelos planos de saúde, o exame vai proporcionar um grande avanço para as mulheres e possibilitar que elas tenham acesso as melhores práticas, conforme as mais importantes entidades médicas da área no mundo, como o Colégio Americano de Cirurgiões de Mama (ASBS), o Colégio Americano de Radiologistas (ACR) e o Grupo de Trabalho Americano em Câncer (NCCN)”, conclui o mastologista Henrique Lima Couto.
Dia Nacional da Mamografia: Desafios e desigualdades no diagnóstico de câncer de mama no Brasil
Ampliação do acesso a um dos principais métodos de rastreamento e diagnóstico precoce da doença necessita, entre outros fatores, de melhoria de infraestrutura de saúde pública, educação e conscientização da população
Em 2008, a Lei nº 11.695 instituiu o Dia Nacional da Mamografia. A data, celebrada em 5 de fevereiro, tem a proposta de chamar a atenção para a importância do exame, um dos principais métodos para rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de mama. Apesar do destaque no calendário, o acesso à mamografia em muitas cidades brasileiras ainda é limitado, seja pela falta de centros de saúde equipados, longas filas de espera ou custos associados ao exame. “Em um País com regiões tão heterogêneas de desenvolvimento, disponibilizar a mamografia à população-alvo é um desafio para governos e gestores”, afirma a mastologista Maria Julia Calas, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) Regional Rio de Janeiro.
O Brasil dispõe, em uso, de 6.334 aparelhos de mamografia, número considerado suficiente para atender a população-alvo. No entanto, o SUS (Sistema Único de Saúde) realiza somente 30% do rastreamento. Para Maria Julia Calas, no enfrentamento dos desafios associados ao rastreamento nacional de câncer de mama, além da melhoria da infraestrutura de saúde, há a necessidade de ampliar o acesso, a conscientização e a educação da população. “Estas ações devem ser integradas a políticas de saúde pública para que o Brasil alcance resultados mais eficazes e equitativos”, destaca.
Em algumas comunidades, observa a médica, mesmo com as ações da campanha Outubro Rosa, a falta de conhecimento da população sobre a detecção precoce do câncer de mama pode resultar em atrasos nos exames e diagnósticos. “Não mais se questiona o fato de o câncer de mama ser o mais frequente entre as mulheres brasileiras”, diz.
Como efeito da cobertura mamográfica inadequada, os casos de câncer de mama em estágio avançado foram 43,16% (2018-2019) e 52,04% (2020-2021) no SUS; 30,5% (2018-2019) e 36,4% (2020-2021) na saúde suplementar, que inclui os planos de saúde. Desde a biópsia até o primeiro tratamento, observam-se diferenças entre o SUS e a saúde suplementar. Em até 30 dias, os atendimentos representaram 21,1% no SUS e 45,4% no sistema privado. Entre 30 e 60 dias, o SUS registra 34%; a saúde suplementar, 40%. Acima de 60 dias, foram 44,9% no SUS e 14,6% no sistema privado. Neste sentido, a SBM considera fundamental a aplicação da Lei nº 12.732 de 2012, que determina o início do tratamento no prazo máximo de dois meses.
Rejuvenescimento do câncer
Pela deficiência de informação e de acesso à mamografia, a SBM constata o “rejuvenescimento do câncer”, ou seja, cada vez mais casos de mulheres com menos de 40 anos de idade apresentando a doença.
Com base em informações disponibilizadas pelo Tabnet, no Painel Oncologia do DATASUS, a Sociedade Brasileira de Mastologia verificou um aumento expressivo no número de mulheres com menos de 50 anos diagnosticadas com câncer de mama. Em 2013, ano inicial da análise realizada pela SBM, do total de biópsias lançadas no Tabnet, 9.903 foram positivas para câncer de mama. Em 2022, somaram-se 12.719. Em 2023, dados ainda parciais mostram que entre mulheres de 40 a 49 anos, 5.753 apresentaram a doença, e o que se projeta com a consolidação dos números é o aumento de casos.
Os números do Tabnet indicam ainda um alto índice de câncer de mama em mulheres com menos de 35 anos. Neste grupo, a doença pode estar relacionada à herança genética, realidade para a qual já há estratégias de diagnóstico e tratamento. Somente cinco Estados brasileiros dispõem de legislações específicas para Detecção de Mutação Genética dos Genes BRCA1 e BRCA2 custeada pelo SUS. O direito já assiste as mulheres no sistema suplementar operado pelos planos de saúde desde 2014.
É consenso entre entidades como SBM, Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e CBR (Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem), que o exame anual seja realizado a partir dos 40, e não bienais, dos 50 aos 69 anos, como preconizado pelo Ministério da Saúde.
Tecnologia
Outro aspecto observado pela especialista da SBM diz respeito à qualidade das imagens mamográficas. “Este é um fator que influencia diretamente na precisão diagnóstica e na implementação de tratamentos mais eficazes”, afirma. “A pesquisa contínua é vital para identificar novas tecnologia e abordagens de rastreamento que possam melhorar a detecção precoce e reduzir limitações associadas à densidade mamária e outros fatores”, completa.
Uma evolução em tecnologia apontada por Maria Julia Calas é a tomossíntese, ou mamografia 3D. A técnica avançada cria imagens tridimensionais da mama, contribuindo, segundo a médica, para melhorar a detecção de tumores e reduzir a necessidade de exames complementares ou de acompanhamento. Um estudo realizado em conjunto pela SBM, Febrasgo e CBR demonstra que o rastreamento populacional (prevenção secundária) do câncer de mama com o uso da tomossíntese poderia trazer grande benefício às mulheres, com ganho médio de 5 anos de vida de qualidade. Para as operadoras de saúde, a utilização da mamografia 3D poderia gerar uma economia de até R$ 400 milhões em 5 anos.
Até o final de 2023, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimou 73.610 novos casos de câncer de mama no Brasil. “É preocupante constatar que este número é ainda maior, pois nem todas as mulheres receberam o diagnóstico, por não realizarem exames de rotina, e aqui destacamos a mamografia. Assim, a SBM se mantém firme na defesa da qualidade assistencial e da maior efetividade no enfrentamento ao câncer de mama, em sintonia com as diretrizes definidas pelas associações de especialistas em saúde da mulher no País”, conclui a mastologista Maria Julia Calas.
Plena implementação de testes genéticos para câncer de mama no SUS contribui para salvar vidas no Brasil
Realidade no Estado de Goiás, a aplicação do exame em todo o território nacional é a meta da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM)
Os casos de câncer associados a causas hereditárias, caracterizados por uma predisposição familiar e que podem passar de geração para geração, representam cerca de 10% do total dos diagnósticos da doença no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O caso específico da mutação do gene BRCA traz outra estatística preocupante. De acordo com a médica mastologista Rosemar Rahal, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Mastologia (SMB), esta alteração representa risco de 80% para desenvolvimento de câncer de mama e de 40% para o de ovário. O exame para Detecção de Mutação Genética dos Genes BRCA1 e BRCA2, custeado pelo SUS, destaca a especialista, é um meio eficiente para identificar a mutação e realizar medidas profiláticas que podem salvar milhares de mulheres. “Embora exista legislação que permite a realização do teste em cinco Estados brasileiros, somente Goiás, de fato, implementou o exame.”
Em Goiás, o exame para Detecção de Mutação Genética dos Genes BRCA1 e BRCA2 em mulheres com histórico familiar de câncer de mama ou de ovário é previsto pela Lei nº 20.707, de 2020. “Desde a promulgação da legislação, todos os esforços da SBM foram pela implantação efetiva deste teste que pode beneficiar uma grande parcela da população”, lembra a mastologista Rosemar Rahal.
A partir da identificação da mutação por meio do exame, medidas profiláticas, como as cirurgias de mastectomia e ooforectomia (retirada dos ovários), impactam diretamente na sobrevida das pacientes. “Hoje, além das cirurgias profiláticas, existem medicamentos específicos para as mulheres com câncer de mama e portadores desta predisposição genética”, afirma.
A partir da assinatura do convênio do governo estadual, em outubro de 2023, com a Universidade Federal de Goiás (UFG), o painel genético para câncer de mama herdado será realizado pelo Centro de Genética Humana do Instituto de Ciências Biológicas da mesma universidade.
O teste, inicialmente, será implementado na Policlínica de Quirinópolis, região Sudoeste de Goiás, expandindo-se posteriormente para a região Centro-Norte, que abrange os municípios de Goianésia e Uruaçu. A meta é disponibilizar o acesso ao exame genético para todo o Estado.
Até agora, além de Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal e Amazonas dispõem de legislações específicas para Detecção de Mutação Genética dos Genes BRCA1 e BRCA2. Para Rosemar Rahal, a parceria entre o governo de Goiás e a UFG serve de inspiração para o País. “É fundamental que os Estados coloquem, efetivamente, as legislações em prática”, diz.
Em tramitação federal, o Projeto de Lei nº 265/2020 propõe a realização de testes genéticos para prevenção, diagnóstico e tratamento dos cânceres de mama e ovário no âmbito do SUS em todo o País. O direito já assiste as mulheres no sistema suplementar operado pelos planos de saúde desde 2014. “Neste sentido, o convênio também é um estímulo para que o Brasil, como um todo, ofereça o teste para as mulheres”, conclui a representante da Sociedade Brasileira de Mastologia.
Conheça os fatores de risco mais importantes para ter câncer de mama
A possibilidade de uma mulher apresentar câncer de mama durante a vida é de 12,5%, ou seja, uma em cada oito mulheres desenvolverá a doença ao longo de suas vidas. Entre os principais fatores de risco envolvidos estão a idade, histórias pessoal e familiar, raça, dieta e atividade física, além, é claro, do sexo feminino. Quanto maior a idade, maior também é o risco isolado para o desenvolvimento do câncer de mama. A idade média no momento do diagnóstico é de 60 anos, o que não significa que uma mulher entre os 20 e 40 anos não possa vir a apresentar a doença, com menor probabilidade.
Dentro da história pessoal, deve-se destacar tumores primários como o câncer de ovário, do endométrio e de cólon. Outro aspecto com influência sobre o câncer de mama é o período de menacme, ou seja, o período reprodutivo da mulher. Este se estende desde a menarca (início das menstruações), até a menopausa, final da vida reprodutiva da mulher. Quanto maior for este período, maiores são as chances de uma mulher desenvolver câncer de mama por estar exposta aos hormônios por período de tempo maior (a chamada janela estrogênica). História anterior de radioterapia torácica (por exemplo, em linfomas) em qualquer momento da vida da mulher, assim como o uso de terapia de reposição hormonal combinada (estrogênio + progesterona) por períodos prolongados (>5 anos) e história pregressa de hiperplasia atípica em biópsia conferem, também, em risco aumentado para desenvolvimento da neoplasia. Seguindo o caminho inverso, a amamentação representa fator de proteção para o desenvolvimento da doença, especialmente quando ocorre entre os 20 e 30 anos.
Com relação à história familiar, contrariamente ao que muitos acreditam, quase 90% dos casos de câncer de mama não têm origem familiar, e sim, são relacionados a mutações em genes que derivam principalmente do lado materno da árvore genealógica.
Pesquisas recentes sugerem que a dieta pode ser responsável por alterar a probabilidade de uma pessoa apresentar alguns tipos de câncer. Estudos demonstram que o consumo de bebidas alcoólicas está relacionado ao desenvolvimento da doença. Não é aconselhável o consumo excessivo de gordura saturada, como, por exemplo, carne vermelha, gema de ovo, leite, gordura do coco, da palmeira, etc. Utilizar preferencialmente gordura monoinsaturada (óleo de oliva, de canola, abacate, nozes e castanhas) e gordura poli-insaturada (peixes, óleo de fígado de peixe e óleos vegetais como soja, girassol e milho).
Os médicos da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomendam dietas ricas em frutas e vegetais, além da prática de atividades físicas semanais para a manutenção de peso adequado e diminuição no risco para desenvolver a doença. Intimamente relacionado à atividade física e dieta está a manutenção de peso corporal adequado (Índice de Massa Corporal – IMC), pois as obesas ou com sobrepeso apresentam maior risco devido ao aumento na produção de estrogênios via gordura corporal, principalmente na pós-menopausa. Já a perda de peso apresenta efeito protetor, particularmente em mulheres que não utilizam terapia hormonal. Antes da menopausa, a obesidade não aumenta o risco, podendo inclusive diminuir esse risco pela anovulação.
SUS passará a oferecer trastuzumab para câncer de mama metastático
Médicos e pacientes de câncer de mama metastático acordaram com uma boa notícia nesta quinta-feira (3/8/2017). Foi publicado no Diário Oficial da União a decisão do Ministério da Saúde de oferecer no SUS o trastuzumab como tratamento para mulheres com câncer de mama HER2 positivo metastático. O medicamento, considerado o melhor atualmente, é usado na rede privada desde 1999 e, segundo estudos, pode prolongar, em média, dois anos o tempo de vida dessas pacientes. O governo tem um prazo de seis meses para efetivar a oferta.
“Para se ter uma ideia, a literatura sobre a recomendação desse medicamento já tem duas décadas. Há 17 anos ele é usado na rede particular. Tentamos há muito tempo colocar isso às pacientes do SUS e, depois de três respostas negativas, conseguimos. Ficamos chateados porque gostaríamos que isso tivesse acontecido antes, mas essa é a boa notícia do dia”, comemorou o oncologista Gustavo Fernandes, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.
Mais sobre o assunto
De acordo com o especialista, além dos estudos que comprovam os benefícios do tratamento nos cânceres metastáticos, a Roche, farmacêutica que produz o medicamento, concedeu ao governo um desconto de 80% nas doses para viabilizar a oferta. “Não é uma inverdade dizer que uma parte do problema é também o alto custo da medicação”, comentou. Sem o desconto, um tratamento de seis meses com a droga pode ultrapassar os R$ 60 mil.
Atualmente, o câncer de mama é responsável por cerca de 15 mil mortes no Brasil todos os anos — 20% delas são decorrentes da forma metastática da doença. A primeira paciente a usar o tratamento, ainda em fase experimental, há duas décadas, está viva até hoje.
Desde 2012 o SUS usa o trastuzumab para pacientes com câncer de mama, mas apenas para tratamento adjuvante, ou seja, para evitar a metástase, em vez de tratá-la. A publicação no Diário Oficial da União desta quinta-feira (3) amplia seu uso a pacientes que já apresentam metástase estabelecida.
Fonte:
Metrópoles - http://www.metropoles.com/vida-e-estilo/bem-estar/saude-bem-estar/sus-passara-a-oferecer-trastuzumab-para-cancer-de-mama-metastatico
Nota: anticoncepcionais aumentam risco de câncer de mama
Estudo publicado no New England Jornal of Medicine, uma das mais prestigiadas publicações científicas do mundo, revela que o risco de câncer de mama é maior para as usuárias de anticoncepcionais em relação àquelas que nunca recorreram ao medicamento. O estudo também afirma que o risco é elevado na medida em que aumenta o tempo de uso tanto para as mulheres que usam atualmente quanto para as que utilizaram no passado.
A pesquisa foi realizada com 1,8 milhão de mulheres da Dinamarca, na faixa etária entre 15 e 49 anos, que não tinham tido câncer, assim como não tinham tido tromboembolismo ou feito tratamento para infertilidade. A partir do registro nacional, os pesquisadores obtiveram dados individualizados a respeito do uso de anticoncepcionais orais, diagnóstico de câncer de mama e fatores que pudessem confundir as informações. As pacientes foram acompanhadas por um tempo médio de 10 anos e foram identificados 11.517 casos de câncer de mama. Houve um caso a mais de câncer do que o esperado para cada 7.690 usuárias de anticoncepcionais hormonais.
Quando os dados foram comparados com os de mulheres que nunca usaram anticoncepcionais, o risco relativo de ter câncer de mama foi 20% superior em relação às não usuárias. O risco foi 9% superior a partir de um ano de uso e até 38% superior a partir de 10 anos. Isto significa, por exemplo, que se a chance de ter câncer de mama até os 50 anos é de 2%, para quem usou o medicamento por um ano o risco foi de 2,2%. E para quem usou por mais de 10 anos o risco foi de 2,76%.
Não houve algum tipo de anticoncepcional que não tenha tido relação com aumento de risco, inclusive os DIUs com progesterona.
O estudo não avaliou o impacto na mortalidade geral por câncer. Sabemos que anticoncepcionais reduzem o risco de câncer de ovário, de endométrio e câncer colorretal. Além disso, mulheres que usam anticoncepcionais são mais bem acompanhadas em relação as que não usam. Talvez, quando a avaliação de mortalidade por câncer for analisada, o risco de morrer por esta doença em geral possa ser inclusive menor.
Nem o estudo publicado e nem a Sociedade Brasileira de Mastologia recomendam que as mulheres interrompam o uso do anticoncepcional que estiverem utilizando. Baseado neste estudo e em estudos prévios sobre a relação ao uso de anticoncepcionais orais e câncer de mama, a Sociedade Brasileira de Mastologia sugere que cada usuária de anticoncepcionais avalie ou discuta com o seu médico sobre os riscos e os benefícios desta decisão. Isso porque o aumento de risco é relativo, dependendo da idade e do tempo de uso.
Quando ocorrem as recidivas tumorais ou metástases
Quando o câncer de mama retorna
Celebridade americana volta ser diagnosticada com a doença depois de 25 anos e causa reflexão
O anúncio da atriz e cantora Olivia Newton-John, conhecida pelo filme "Grease: nos tempos da brilhantina", (1978), de que seu câncer de mama voltou e se espalhou para a parte inferior das costas traz à tona uma discussão sobre quando e porque há reincidência da doença. No caso da celebridade americana, que desde o primeiro diagnóstico, em 1992, tem levantado fundos para pesquisa e tratamento dessa patologia, se passaram mais de duas décadas, o que para muitos é algo surpreendente. No entanto, para especialistas essa possibilidade é mais comum do que se imagina e, por isso, é essencial um acompanhamento médico contínuo.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, a chance de ocorrer as recidivas tumorais ou metástases depende de vários fatores. Segundo a entidade, há, atualmente, alguns tipos de câncer de mama mais agressivos (triplo negativos) e que apresentam maior possibilidade de voltar precocemente nos primeiros dois anos. Outros tumores como os ditos luminais (com forte expressão de receptores de estrogênio e progesterona – conhecidos como hormonais sensíveis) são menos agressivos e podem sim retornar mais tarde, inclusive após 10 ou 15 anos.
De acordo com o mastologista André Mattar, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia, os locais mais comuns de metástase são ossos, pulmões, fígado e cérebro. A que apresenta melhor prognóstico é a metástase óssea, com sobrevida mais longa devido à resposta dessas lesões à terapia hormonal e outros tratamentos. “Muitas vezes só a biópsia poderá definir se é metástase ou um novo tumor”, afirma o doutor.
Para ele, no caso da celebridade americana não há dúvidas de que os hábitos saudáveis e exercícios físicos adotados pela atriz durante anos colaboraram para o aumento do tempo da recidiva, assim como sua sobrevida (tempo de vida após o diagnóstico do câncer). “Mas precisamos lembrar que o tipo do câncer (responsivo a hormônios, por exemplo) deve ser a principal causa deste tempo longo”, explica ele.
Para as mulheres que já tiveram câncer de mama, a SBM recomenda de acordo com estudos atuais e guidelines de todas as entidades médicas mundiais, a realização de exames clínicos periódicos (de seis em seis meses nos primeiros dois anos e depois anual) e a mamografia anual. Caso haja alguma suspeita parte-se para investigação com exames de imagem. “O essencial é o acompanhamento de um mastologista para avaliação periódica, pois simplesmente realizar exames de forma aleatória não faz sentido e, ainda, provoca ansiedade e estresse, muitas vezes desnecessários”, ressalta Mattar.
O mastologista finaliza, afirmando que em relação ao tempo que se descobre a volta do câncer, não há qualquer diferença na sobrevida se a doença metastática for descoberta cedo ou tarde. Segundo ele, o que é diferente é quando o câncer é descoberto na primeira vez em estágio inicial. “Nesse caso quanto menor o tumor e menos envolvimentos dos gânglios, maior a chance de cura”, conclui.
Menos de 40% dos brasileiros praticam esporte ou atividade física
Menos de 40% dos brasileiros praticam algum tipo de esporte ou atividade física, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015. Recorte feito com pessoas de 15 anos ou mais aponta que apenas 37,9% dos entrevistados não foram sedentários no ano anterior à pesquisa, entre setembro de 2014 e setembro de 2015. A porcentagem corresponde a 61,3 milhões dos 161,8 milhões com a idade da amostra.
Os dados suplementares são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O futebol é o esporte mais praticado, com 39,3% das respostas. Entre as atividades, a caminhada é a mais praticada, por 49,1%.
Ao todo foram 71.142 pessoas com 15 anos ou mais em todos os estados e no Distrito Federal participando da pesquisa. A pergunta inicial questionava se a pessoa praticou algum esporte em tem tempo livre entre 27 de setembro de 2014 e 26 de setembro de 2015 (período de referência de 365 dias de pesquisa), e na qual a modalidade.
Livremente da resposta, os entrevistados também responderam se praticavam alguma atividade física que não consideravam como esporte, e também a modalidade.
Por último, a pesquisa mostra uma prática maior entre os homens, os mais jovens, a população com maior escolaridade e maior renda. Isso ocorre principalmente em relação às atividades classificadas como esporte.
Amazonas é o estado que tem mais “esportistas”, com 32,2% de sua população pesquisada; enquanto o Rio de Janeiro aparece percentualmente em último lugar, com 18,9%.
Entre homens e mulheres, a diferença nas atividades físicas é menor, e o Distrito Federal lidera entre as unidades da federação, com 28,5% de praticantes. Mato Grosso é o estado com a menor taxa, de 9%.
As principais motivos apontados para o sedentarismo são falta de tempo e problemas de saúde, ou até mesmo idade avançada – o que, segundo a pesquisa, indica que a falta da atividade está menos relacionada à infraestrutura disponível e à renda.
Veja abaixo alguns dos resultados considerando os dados globais (esporte e atividades físicas):
Regiões e estados
O Centro-Oeste e Sul são as regiões que têm mais pessoas ativas, com 41% e 40,8% de respostas positivas. Seguidos por Sudeste (37,5%), Norte (36,6%) e Nordeste (36,3%).
Entre os estados, o Distrito Federal teve os maiores percentuais, com 50,4% de entrevistados praticamente de esporte ou atividade física. Alagoas teve a menor proporção, com 29,4% de resposta positiva.
Gênero
Os homens costumam realizar mais atividades físicas – 53,9% dos que disseram realizar alguma prática esportiva ou física foram homens, e 46,1% mulheres – apesar de elas representarem 52,2% da população com 15 anos ou mais. Isso se repete em todas as grandes regiões pesquisadas.
Idade
A pratica de esportes é maior nos grupos com menos idade. Entre as pessoas com 15 e 17 anos, 53,6% realizam atividades – a taxa fica acima de 50% em todas as regiões, sendo maior na Norte e Sul (57,8%); entre os com 60 anos ou mais, apenas 27,6% disseram fazer exercício ou atividade física. Em todos os grupos etários, apenas a região Sul teve percentuais maiores aos registrados para todo o país.
Escolaridade
O número de praticantes de esporte ou atividade física cresce quanto maior é a escolaridade – é de 17,3% entre os sem instrução, 36,6% entre os com ensino fundamental completo, 43% entre os com ensino médio completo e 56,7% entre os que possuem ensino superior completo. A região Centro-Oeste também se destaca, desta vez entre os sem instrução – 23,6% deles fazem alguma atividade em MT, MS e GO. Na região Sul, 61,2% da população com nível superior deu resposta positiva à pesquisa.
Nível econômico
Também há uma relação positiva entre as práticas e o rendimento médio mensal per capita: 31,1% dos que recebem até meio salário mínimo realizam atividades, contra 63,9% entre quem tem rendimento superior a 5 salários mínimos. Nas classes de menor nível econômico as mulheres possuem proporções bem menores de prática esportiva, em todas as regiões.
Não praticantes
100,5 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais não praticaram esporte ou atividade física no período considerado, sendo a porcentagem de 66,6% entre as mulheres e 57,3% entre os homens. O Nordeste tem as maiores taxas, com 63,7%.
Investimentos
73,3% dos homens e mulheres afirmaram que o poder público deveria investir mais no setor – sendo esta taxa maior no Centro-Oeste (75,3%) entre as regiões e no Piauí (80,3%) entre os estados.
Divisão entre esporte e atividade física
Parte da amostra declarou praticar tanto esporte quanto atividade física, e a classificação das práticas foi feita pelos entrevistados – por isso, algumas modalidades aparecem nas duas divisões. Confira abaixo os principais resultados divididos por esporte e atividade física:
Esporte
Entre os entrevistados, 24% deram resposta positiva sobre a prática de esporte – com uma diferença significativa entre os gêneros: 24,5 milhões eram homens (63,2%), e 14,3 milhões, mulheres (36,8%). Ou seja: 31,7% dos homens entrevistados responderam sim, contra apenas 16,9% das mulheres.
O Amazonas é o estado com mais praticantes de esporte – 32,2% da população com mais de 15 anos. Rio de Janeiro teve a menor taxa – 19,9%.
Na divisão por idade, 44% das pessoas com 15 a 17 anos declararam ter praticado esporte no ano anterior, contra 13,4% entre os com mais de 60 anos.
Em relação ao nível de instrução, apenas 9% dos entrevistados que não tiveram estudo formal disseram sim; entre os com ensino superior completo, a taxa sobe para 35,1%.
O futebol é o esporte mais praticado (39,3% dos entrevistados) seguido de caminhada (24,6%). O futebol foi escolhido por 94,5% dos homens – entre as mulheres, o esporte mais citado foi dança e ballet (85%).
33,7% dos praticantes pagam para realizar o esporte escolhido. Em relação à frequência, na amostra total 26,3% realizam quatro ou mais vezes por semana, e 43% por mais de uma hora.
Entre os homens, a maior prevalência é de uma vez por semana (27,7%), e 50,4% por mais de uma hora. Mais mulheres costumam praticar quatro vezes ou mais (32,7%) semanalmente, mas com uma duração menor – 47,9% praticam de 40 minutos a uma hora por vez.
A pesquisa também questionou o motivo de quem não pratica esporte – 38,2% alegaram falta de tempo, 35% disseram não gostarem ou não terem vontade, e 19% alegaram problema de saúde ou idade. O tempo foi mais agravante para a população da região Sudeste (41,5% das respostas).
Entre os que não praticaram esporte no período de referência, 25,7% disseram ter praticado anteriormente (31,7 milhões), sendo 59,6% homens e 40,4% mulheres. Falta de tempo e problemas de saúde e/ou idade também foram os motivos mais alegados para a interrupção da prática esportiva.
No total, 91,3 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais nunca praticaram esporte (56,6%) – entre as mulheres, a proporção é de 67,9%, contra 44% dos homens. A taxa de sedentários é maior no Nordeste (57,7%).
Atividade Física
A prática de atividade física foi realizada por 17,4% da população analisada – o que representa 28,1 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais. O número de homens e mulheres aqui é bem mais próximo – 15,7 milhões eram homens, enquanto 12,5 milhões mulheres.
Quatro estados tiveram taxa de atividade física maior que 25% – Rio Grande do Norte (25%), Paraíba (25,1%), Rio Grande do Sul (25,3%) e Distrito Federal (28,5%). Mato Grosso ficou em último lugar, com apenas 9% da população com resposta positiva.
Na faixa etária, os grupos entre 18 e 24 anos e 25 a 39 anos tiveram mais resultados positivos, com 18,9% e 18,2%, respectivamente.
O nível de instrução também teve influência na prática de atividade, com 28,7% dos com superior completo dando resposta positiva.
A principal atividade física praticada é caminhada (49,1%), seguida de fitness ou academia (16,8%). A caminhada aparece ainda mais entre as mulheres (63,9%). Entre os homens, a maior parte declarou o futebol também como atividade física (94,4%), seguido de corrida (79,2%) e andar de bicicleta (69,1%).
A frequência semanal das atividades físicas foi maior do que a registrada entre quem faz esporte – 37,7% praticam quatro vezes ou mais, e apenas 8,4% só uma vez por semana. Entre as mulheres, 62,9% praticam três vezes ou mais por semana, enquanto entre os homens a taxa é de 55%. A duração mais comum é de 40 minutos a uma hora.
Fonte: Jornal G1 - http://g1.globo.com/bemestar/noticia/menos-de-40-dos-brasileiros-dizem-praticar-esporte-ou-atividade-fisica-futebol-e-caminhada-lideram-praticas.ghtml
Hereditariedade não é o principal fator de risco para casos de câncer de mama
A semelhança entre mães e seus filhos na maioria das vezes é visto como algo positivo, afinal, que mãe não gosta de se ver nos traços de seus pequenos? Porém, quando essa mãe tem câncer de mama, a genética passa a assustar principalmente às filhas que acreditam que serão assombradas pela doença a qualquer momento. Por isso, neste Dia das Mães, a Sociedade Brasileira de Mastologia esclarece que é mito pensar que a hereditariedade é o principal fator de risco em casos de câncer de mama. Estudos comprovam que apenas 5% a 10% de casos têm de fato na sua base uma composição genética familiar, ou seja, em sua maioria a causa do câncer de mama é chamada de tumores esporádicos, que acontecem ao acaso.
Ainda assim, mesmo não sendo o principal fator para a doença, testes genéticos podem ser realizados em mulheres com alto risco de mutações associadas ao câncer de mama. Porém, recente estudo publicado pelo JAMA, o Jornal da Associação Americana de Medicina, revelou que médicos costumam não recomendar este tipo de exame para pacientes nestas condições. "Mulheres têm muito interesse em testes genéticos, mas muitas não recebem indicação para fazê-los", afirmou Allison Kurian, professora de Medicina na Universidade de Stanford e principal autora do estudo. "Isso é particularmente preocupante porque significa que os médicos estão perdendo a oportunidade de prevenir o câncer em portadoras de mutações e membros da família", acrescentou.
O estudo identificou que cerca de 60% das pacientes que não realizaram o teste afirmaram que não fizeram porque seus médicos não recomendaram e apenas 40% de todas as mulheres com alto risco relataram receber aconselhamento genético para ajudá-las a decidir ou entender os resultados. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Antonio Luis Frasson, os resultados são preocupantes porque os testes podem ser uma ferramenta poderosa para mulheres de grupos de risco. “Por mais que a genética não seja o principal fator de risco para a doença, não podemos negar o direito da mulher de entender e decidir que tipo de cirurgia ela pode optar para tratar um câncer de mama ou tratamentos para tentar diminuir o risco de desenvolver novos cânceres no futuro.”
Segundo Frasson, o percentual de mulheres que faz o teste no Brasil é muito inferior ao que seria o recomendado. No sistema público, porque não está disponível, e fora dele, na maioria das vezes, por falta de informação e desinteresse.