Sociedade Brasileira de Mastologia participa de um dos maiores eventos de oncologia e saúde do país
Prevenção, detecção precoce e qualidade de vida compõem o painel multitemático da SBM no 11º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer
A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) participa do Congresso Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC) com um painel multitemático que destaca os avanços no controle e tratamento do câncer de mama, o mais incidente entre as mulheres brasileiras, sob a perspectiva de prevenção, detecção precoce e qualidade de vida. Em 11ª edição, o TJCC, um dos maiores eventos sobre oncologia e saúde do País, conduz os debates a partir da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, instituída pela Lei nº 14.758/2023, que entrou em vigor em junho deste ano, e depende de regulamentações específicas para sua efetiva implementação.
No 11º Congresso TJCC, realizado no WTC Events Center, em São Paulo (SP), a participação da SBM está marcada para a próxima quinta-feira (19/09) e vai reunir especialistas no painel “Transformando a jornada da paciente com câncer de mama – Somos todos responsáveis”. O evento tem transmissão on-line e ao vivo para todo o Brasil.
“O câncer de mama é uma doença controlável e curável diante dos avanços da medicina. A Sociedade Brasileira de Mastologia vem mostrar neste painel como estamos melhorando e como podemos avançar nos resultados de câncer de mama no Brasil com ações voltadas para prevenção, detecção precoce, tratamento em tempo hábil e sobrevida de qualidade. Estas ações envolvem múltiplos atores e comprovam que juntos somos mais fortes”, afirma a mastologista Sandra Gioia, presidente do Departamento de Políticas Públicas da SBM e movimentadora do congresso TJCC.
Como membro da diretoria da SBM, a mastologista Rosemar Rahal destaca a relevância multitemática do painel. “Muitas discussões que envolveram SBM, universidades e outras entidades com atuações importantes estão neste painel e resultaram em documentos encaminhados ao Ministério da Saúde para implementação de procedimentos e serviços em todo o Brasil”, afirma a especialista.
Um desses encaminhamentos sugere a estruturação de testagem genética para detecção de mutações patogênicas e provavelmente patogênicas para pacientes com câncer de mama e ovário e seus familiares no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde). Entre os fatores aumentados de risco, especialistas destacam a mutação do gene BRCA. De acordo com a SMB, esta alteração genética representa até 80% de possibilidade de desenvolvimento de câncer de mama e de 40% para o de ovário.
O exame para Detecção de Mutação Genética dos Genes BRCA1 e BRCA2, custeado pelo SUS, afirma Rosemar Rahal, é um meio eficiente para identificar a mutação e realizar medidas profiláticas que podem salvar milhares de mulheres. Embora exista legislação que permite a realização do teste em cinco Estados brasileiros, somente Goiás, de fato, implementou o exame. A mastologista da SBM participou ativamente para que a partir da assinatura de um convênio do governo estadual, em outubro de 2023, com a Universidade Federal de Goiás (UFG), o painel genético para câncer de mama herdado fosse realizado pelo Centro de Genética Humana do Instituto de Ciências Biológicas da mesma universidade.
Em audiência pública na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), a SBM também defendeu a ampliação do acesso a diagnósticos e aprimoramento nos tratamentos no alcance do SUS. No período de 2015 a 2022, avaliado pelo Panorama do Câncer de Mama, na faixa etária de 30 a 49 anos somaram-se 117.984 novos casos da doença, ou 30,5% do total apurado, que inclui também mulheres de 50 a 59 anos e de 60 a 69 anos. “Quando olhamos para esta estatística, constatamos que o ‘rejuvenescimento’ do câncer de mama já é uma realidade no Brasil”, afirma Rosemar. Segundo ela, é imperativo que o Ministério da Saúde reveja o início do rastreamento da doença e considere a idade mínima a partir de 40, e não aos 50 anos.
O painel da SBM no 11º TJCC apresenta ainda contribuições sobre o impacto da nutrição e da atividade física em mulheres diagnosticadas com câncer de mama. Estudos recentes indicam que a prática regular de exercícios moderados pode ter um efeito antitumoral significativo, especialmente em determinados subtipos da doença.
Sobre a adesão das pacientes com câncer de mama a recomendações de estilo de vida saudável, associando atividade física à alimentação balanceada, pesquisas revelam redução expressiva de mortalidade e de recorrência da doença.
As barreiras enfrentadas pelas pacientes para acesso a diagnóstico e tratamento também merecem o debate no painel da SBM. Um dos aspectos destacados por Rosemar Rahal faz referência à cobertura mamográfica inadequada. “No SUS, temos número suficiente de aparelhos de mamografia para atender a população-alvo. No entanto, nunca passamos de 30% do rastreamento”, afirma Rosemar. Como efeito, a especialista observa que os casos de câncer de mama em estágio avançado são maiores na rede pública em comparação com a saúde suplementar, que inclui os planos de saúde.
Desde a biópsia até o primeiro tratamento, observam-se diferenças entre o SUS e a saúde suplementar. Em até 30 dias, os atendimentos representaram, de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, 21,1% no SUS e 45,4% no sistema privado. Entre 30 e 60 dias, o SUS registra 34%; a saúde suplementar, 40%. Acima de 60 dias, foram 44,9% no SUS e 14,6% no sistema privado. Neste sentido, a SBM considera fundamental a aplicação da Lei nº 12.732 de 2012, que determina o início do tratamento no prazo máximo de dois meses.
Painel SBM
Acompanhe os temas do painel, “Transformando a jornada da paciente com câncer de mama – Somos todos responsáveis”, da SBM, que será apresentado pela jornalista Lilian Ribeiro e terá como convidadas as mastologistas Annamaria Massahud Rodrigues dos Santos e Paula Cristina Saab.
- “Nutrição e atividade física estão revolucionando os cuidados médicos”, com Daniel Cady, nutricionista, empresário e TEDx speaker.
- “Impacto da mudança de estilo de vida nas sobreviventes do câncer”, com Daniel Buttros, professor do programa de pós-graduação em Tocoginecologia da Unesp e membro da SBM.
- “Medicina de precisão para todos: é possível?”, com Rosemar Rahal, professora do Programa de Mastologia UFG (Universidade Federal de Goiás) e membro da diretoria da SBM.
- “Barreiras e oportunidades na jornada da paciente: quais as necessidades a serem atendidas?”, com Carlos Ruiz, mastologista no HC FMUSP/ICESP e do Centro de Oncologia Hospital Alemão.
Mais informações sobre o 11º TJCC: www.congresso.tjcc.com.br