Entidades médicas reforçam importância da mamografia a partir dos 40 anos e encaminham parecer técnico à ANS
Documento técnico enviado à ANS reforça a necessidade do rastreamento mamográfico a partir dos 40 anos para garantir diagnóstico precoce e reduzir a mortalidade por câncer de mama
A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), juntamente com outras entidades médicas, encaminhou nesta semana um parecer técnico-científico à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em resposta ao pedido de informações sobre o rastreamento do câncer de mama. O documento, assinado em conjunto com o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA), Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), destaca a importância da mamografia a partir dos 40 anos e defende que essa recomendação seja mantida tanto no sistema público quanto na saúde suplementar.
A mobilização das entidades médicas ocorre após a consulta pública promovida pela ANS, que propôs a elevação da idade mínima para rastreamento nos planos de saúde para 50 anos, com periodicidade bienal. A iniciativa gerou forte repercussão nacional, com manifestações contrárias de especialistas, artistas e da sociedade civil, que apontam os riscos da restrição no acesso ao exame e o impacto negativo no diagnóstico precoce.
O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Dr. Tufi Hassan, enfatiza que a mamografia a partir dos 40 anos é essencial para detectar o câncer em estágios iniciais, aumentando as chances de cura e reduzindo a necessidade de tratamentos agressivos. “Cerca de 40% dos casos de câncer de mama no Brasil ocorrem entre os 40 e 50 anos. Se essa faixa etária não tiver acesso garantido à mamografia, veremos mais diagnósticos tardios e casos avançados, comprometendo os índices de sobrevida das pacientes. A detecção precoce salva vidas e deve ser prioridade”, alerta o especialista.
A recomendação das entidades médicas se baseia em evidências científicas consolidadas, que demonstram que a mamografia reduz a mortalidade por câncer de mama ao identificar tumores ainda pequenos, muitas vezes antes mesmo de apresentarem sintomas. Atualmente, 40% dos diagnósticos no Brasil ocorrem em estágios localmente avançados ou metastáticos, cenário que poderia ser revertido com um rastreamento ampliado e eficiente. Nos Estados Unidos, a USPSTF (U.S. Preventive Services Task Force) revisou suas diretrizes em 2024 e passou a recomendar a mamografia a partir dos 40 anos, reforçando a importância desse modelo de rastreamento para a redução da mortalidade.
“O câncer de mama continua sendo o tipo mais incidente entre as mulheres, e estima-se que 73.610 novos casos sejam diagnosticados por ano no Brasil até 2025. O rastreamento precoce não apenas reduz a necessidade de tratamentos agressivos, como também garante melhor qualidade de vida às pacientes”, afirma Dr. Tufi Hassan.
A SBM e as demais entidades signatárias do parecer técnico seguem dialogando com a ANS para garantir que o rastreamento mamográfico continue acessível a todas as mulheres a partir dos 40 anos. O documento detalha as evidências científicas que embasam essa recomendação e está disponível no site da SBM (www.sbmastologia.com.br).
“A ciência já demonstrou que a detecção precoce é fundamental para reduzir a mortalidade por câncer de mama. Esse parecer técnico é um passo essencial para garantir que a decisão sobre o rastreamento seja tomada com base em evidências e na proteção da saúde das mulheres. O diálogo com a ANS está em andamento, e esperamos que esse posicionamento seja levado em consideração”, finaliza Dr. Tufi Hassan.
Com a mobilização de especialistas e da sociedade, a defesa da mamografia a partir dos 40 anos segue como prioridade da SBM e de suas entidades parceiras, garantindo que mais mulheres tenham acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado no momento certo.
Cursos de Oncoplastia e Reconstrução Mamário de Goiânia/GO 2025-2026
O Araújo Jorge - Instituto de Ensino e Pesquisa, em parceria com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), anuncia a abertura das inscrições para o curso de Oncoplastia e Reconstrução Mamária. Trata-se de uma oportunidade única para mastologistas, cirurgiões oncológicos e cirurgiões plásticos se especializarem em técnicas de ponta no tratamento do câncer de mama.
Duração: maio de 2025 a março de 2026, totalizando 330 horas.
Formato: aulas presenciais e virtuais.
O curso será coordenado por Régis Resende Paulinelli e Luiz Fernando Jubé Ribeiro, especialistas renomados na área, e contará com módulos presenciais, realizados no Hospital de Câncer Araújo Jorge, com a participação de professores nacionais e internacionais.
Inscrições:
Período de inscrição: 3 a 28 de fevereiro de 2025
Inscrições para modalidade virtual: Clique aqui para acessar.
Inscrições para modalidade presencial: Clique aqui para acessar.
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O edital está disponível no site do Araújo Jorge - ACCG.
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Curso SBM e Redimama de Procedimentos Invasivos e Mamografia 2025
Processo seletivo aberto para o Curso de Procedimentos Invasivos e Mamografia da Redimama-SBM 2025
Prazo de inscrições: Até 07/03/2025
Resultado do processo seletivo: Até 11/03/2025
Início da turma: 20/03/2025
Inscrições e envio de currículo: [email protected]
(31) 3273-0443 e (31) 98693-3473 - Cristiane
Local: Redimama – Belo Horizonte
Público Alvo: Mastologistas, Ginecologistas com área de atuação em Imagenologia Mamária e Mastologia, Radiologistas e Imagenologistas.
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Dia Nacional da Mamografia traz um panorama preocupante sobre o câncer de mama no Brasil
Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) revela que a cobertura mamográfica pelo SUS atinge apenas 33% da população-alvo no País. Aumento dos casos da doença e potencial diminuição das chances de cura preocupa especialistas
O Dia Nacional da Mamografia, instituído por lei em 2008, chama a atenção para uma situação preocupante. Com base em informações disponibilizadas pelo Painel Oncologia do DATASUS, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) revela que a cobertura mamográfica pelo SUS (Sistema Único de Saúde) atinge atualmente apenas 33% da população-alvo no País. Esta constatação vem acompanhada de um dado ainda mais alarmante: 70% das mulheres atendidas pelo serviço público de saúde descobrem sozinhas o próprio tumor. “Ou seja, pela palpação das mamas as pacientes detectam por si mesmas o câncer em estágio avançado, sem mesmo terem passado pelo exame de mamografia”, explica o mastologista Ruffo Freitas-Junior, assessor especial da SBM. Nesta etapa, ressalta o especialista, as dificuldades para o enfrentamento da doença são ampliadas, assim como os custos para o tratamento, e há uma drástica redução das chances de cura.
“Este é um ano especialmente desafiador para o rastreamento e o enfrentamento do câncer de mama no Brasil”, afirma Tufi Hassan, presidente da SBM. Hoje, destaca o mastologista, para ter uma cobertura mamográfica ideal, o SUS deveria realizar o exame em mais de 70% da população-alvo.
O Brasil dispõe de 6.550 mamógrafos em uso em 2025. “Este é um número considerado suficiente para atender a população-alvo”, afirma o assessor especial da SBM, Ruffo Freitas-Junior. No entanto, o especialista observa que além dos desafios associados ao rastreamento nacional de câncer de mama e à melhoria da infraestrutura de saúde, há a necessidade de ampliar o acesso, a conscientização e a educação da população. “Estas iniciativas devem ser integradas a políticas de saúde pública para que o Brasil alcance resultados mais eficazes e equitativos”, destaca.
Pelas dificuldades de acesso à mamografia, a Sociedade Brasileira de Mastologia constata o maior aumento do câncer de mama em mulheres abaixo dos 50 anos no País. Atualmente, pacientes com idades entre 40 e 50 anos respondem por 23% dos casos da doença no Brasil. Diante desta realidade, a SBM recomenda a realização do exame a partir de 40, e não aos 50 anos, como preconiza o SUS por meio do Ministério da Saúde.
No SUS, com rastreamento bienal entre 50 e 69 anos, apenas 5% dos diagnósticos são carcinoma in situ, ou em estágio inicial; 40% são estágios localmente avançado ou metastático, “o que comprova, na prática, a total ineficácia do modelo proposto”, ressalta Freitas-Junior.
De acordo com Tufi Hassan, os desafios em 2025 incluem um novo capítulo protagonizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável pela regulação, normatização, controle e fiscalização de operadoras e planos privados de assistência à saúde. Por meio de Consulta Pública, o órgão pretende a realização do rastreamento organizado de câncer de mama por meio de mamografia em beneficiárias entre 50 e 69 anos a cada dois anos. “Estamos diante de um retrocesso que exige a participação de toda a sociedade, assim como a união das classes médicas para incentivar o diagnóstico precoce que, comprovadamente, salva vidas”, pontua o presidente da SBM. “É fundamental que as ações sejam respaldadas em estudos e pesquisas para proporcionar tratamentos adequados às mulheres”, completa.
Desde a biópsia até o primeiro tratamento, observam-se diferenças entre o SUS e a saúde suplementar. Em até 30 dias, os atendimentos representaram 21,1% no SUS e 45,4% no sistema privado. Entre 30 e 60 dias, o SUS registra 34%; a saúde suplementar, 40%. Acima de 60 dias, foram 44,9% no SUS e 14,6% no sistema privado. Neste sentido, a SBM também considera fundamental a aplicação da Lei nº 12.732 de 2012, que determina o início do tratamento no prazo máximo de dois meses.
Desde 1990, a mortalidade por câncer de mama no Brasil e na América Latina, de acordo com a SBM, aumenta continuamente. “Em uma data relevante, como o Dia Nacional da Mamografia, ressaltamos a importância de defendermos a qualidade assistencial para a maior efetividade no enfrentamento de uma doença com muitas opções de tratamento e excelente qualidade de vida para as pacientes, quando detectada precocemente”, conclui o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia.