Brasileiras têm dificuldades para fazer a mamografia na rede pública de saúde

Brasileiras têm dificuldades para fazer a mamografia na rede pública de saúde

O Bom Dia Brasil, da Rede Globo, fez um alerta sobre a queda acentuada do número de mamografias realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em vários estados do Brasil e em mulheres da faixa etária entre 50 e 69 anos. O levantamento foi realizado por pesquisadores da Sociedade Brasileira de Mastologia em parceria com a Rede Goiana de Pesquisa. A matéria contou com a participação da Dra. Fernanda Salum, membro da SBM.

Confira a matéria na íntegra em Bom Dia Brasil


SBM alerta que “rosa” é o ano todo e prevenção é fundamental

SBM alerta que “rosa” é o ano todo e prevenção é fundamental

Na semana em que celebramos o Dia Nacional da Mamografia (05/02), a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) faz um alerta às mulheres para que fiquem atentas o ano todo quanto à questão da prevenção e diagnóstico precoce. Embora, a entidade reconheça e valorize a importância do Outubro Rosa, ela lembra que o engajamento deve ser constante, pois o câncer de mama segue como a segunda maior causa de morte das mulheres no Brasil e esse quadro está longe de ser revertido. O câncer de mama acomete homens e mulheres, sendo 100 vezes mais frequente nas mulheres.

Diversos estudos questionam a idade e periodicidade ideal para realização do exame de mamografia rotineiro para as mulheres. Por isso, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), preocupada com o alto índice de tumores avançados que atinge nossa população, recomenda que a mamografia seja realizada anualmente nas mulheres a partir dos 40 anos para detecção do diagnóstico precoce. Esta recomendação deve-se a diversos fatores, incluindo a evidência de redução de 15 % de mortalidade em mulheres na faixa etária de 40 a 49 anos e cerca de 30% a partir dos 50 anos.

Soma-se aos dados acima, características próprias da população brasileira, com pirâmide etária mais jovem do que nos países europeus, dos quais foram realizados os maiores estudos, assim como incidência de cerca 20% a 40% dos casos de câncer de mama em mulheres entre 40 e 49 anos. Destaca-se que não existe exame perfeito. A realização da mamografia como um teste diagnóstico pode apresentar resultados falsos positivos (descrever uma alteração que não existe), assim como falsos negativos (existir um tumor e não aparecer no exame).

Desta forma, a SBM recomenda que as mulheres procurem o mastologista uma vez por ano para realizarem o exame clínico minucioso das mamas. Defende ainda, em conjunto com o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) e a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), um programa rigoroso de controle de qualidade das mamografias, já que um exame de maior qualidade permite melhor acerto diagnóstico, menos resultados falsos positivos, como consequente menor taxa de realização de biópsias, e menores resultados falsos negativos.

A Sociedade Brasileira de Mastologia também chama atenção para o acesso das mulheres com alterações clínicas ou radiológicas para que seja facilitado no Brasil, já que muitas vezes, entre o início dos sintomas e/ou percepção da alteração no exame, elas levem de 6 a 12 meses para procurar o especialista por falta de disponibilidade, sobretudo no serviço público. Este quadro drástico é lamentável e precisa ser modificado com urgência. Os cerca de dois mil mastologistas distribuídos por todo o Brasil estão mobilizados nesta causa, que é um problema de todos.

Além da realização de consultas e exames periódicos, a SBM reforça a necessidade da busca por hábitos saudáveis de vida, com prática regular de exercícios, dietas pobres em gordura, combate a obesidade e aumento da cintura abdominal, sabidamente relacionadas com o aumento do risco de desenvolver câncer de mama, sobretudo nas mulheres após a menopausa, como demonstram diversos estudos realizados.

Desta forma, salientamos os principais sintomas relacionados ao câncer de mama e orientamos as mulheres a procurarem o mastologista, o quanto antes na presença de um destes sintomas a saber:

Caroço nos seios
O nódulo pode ter o conteúdo líquido, conhecido como cisto, e geralmente é regular, móvel e não está relacionado a câncer. Nódulos sólidos, endurecidos e fixos geram uma maior preocupação.

Alergia nos mamilos
Traços vermelhos semelhantes à picada de inseto, erupção cutânea ou reação alérgica podem ser um aviso de doença grave e até mesmo câncer de mama.

Pele retraída
Alguns tumores podem crescer dentro da mama e repuxar a pele perto dele. Uma entrada na pele que não existia deve chamar a atenção.

Inchaço e sensação de calor
O inchaço do seio com a sensação de calor e peso pode ser um sinal de câncer de mama, principalmente quando for de um lado só.

Ferida nos seios
Aparição de ferida ou úlcera que não cicatriza.

Mudança na pele ao redor do mamilo
A pele que fica ao redor do peito fica mais quente, escamosa, vermelha ou inchada.

Saída de Secreção pelo mamilo (papila ou bico)
A aparição de secreção do tipo sangue ou água ou no bico do seio deve sempre ser investigada.

A Sociedade Brasileira de Mastologia é solidária com todas as famílias que sofrem com o diagnostico do câncer de mama. A entidade deseja que as pessoas acometidas por esta doença tenham rápido acesso aos meios diagnósticos e de tratamento, revertendo o triste quadro de lentidão e morosidade observado atualmente. Para a SBM, o seu direito é a nossa luta!


Nota oficial sobre o estudo Terapia de Conservação da Mama

Nota oficial sobre o estudo Terapia de Conservação da Mama

Em relação ao resultado do estudo divulgado no Congresso Europeu de Câncer 2017, na última segunda-feira (30/01/2017), que revelou que a terapia de conservação da mama tem, por diversas vezes, resultados superiores aos da mastectomia, a Sociedade Brasileira de Mastologia esclarece que:

  • A escolha da técnica cirúrgica para o tratamento do câncer de mama, seja para a retirada de todo o tecido mamário, que denominamos mastectomia, ou a retirada parcial, que recebe o nome de quadrantectomia, dependerá de uma série de fatores relacionados às características da paciente, da doença e até mesmo da disponibilidade de acesso a diferentes tratamentos. Essas diversidades tornam o assunto um pouco mais complexo do que simplesmente a definição de superioridade de uma ou outra técnica cirúrgica.
  • Fatores vinculados à paciente como a presença de outras doenças, além do câncer de mama, podem por vezes definir a necessidade de uma técnica em detrimento da outra. Pacientes portadoras de algumas doenças reumatológicas tornam a opção da mastectomia a melhor escolha, em decorrência da contra-indicação de radioterapia, que seria mandatória naquelas pacientes que são submetidas a quadrantectomia.
  • Além dos aspectos relacionados a cada paciente com câncer de mama, a decisão na escolha da técnica cirúrgica também está relacionada com a forma como o tumor se apresenta, e suas características. Por exemplo, tumores únicos e pequenos podem ser tratados com cirurgia conservadora da mama, mas tumores múltiplos na mama ou em diferentes focos, necessariamente implicam na realização de mastectomia porque todas as áreas de tumor devem ser retiradas com margem de segurança.
  • O tratamento que conserva a mama implica necessariamente na possibilidade de usar a radioterapia após a cirurgia. Então, este é um fator de extrema relevância e o acesso à radioterapia é imprescindível para que esta opção seja possível. Questões como a distância entre a moradia da paciente e o serviço de radioterapia, bem como a necessidade de permanência em até cinco semanas fora do seu domicílio podem definir a escolha de uma mastectomia em detrimento da quadrantectomia.
  • O que este estudo holandês, além de outros que vêm sendo publicados desde 2013 têm mostrado, é que os dois tratamentos podem ser escolhidos. A conservação da mama é tão eficaz quanto a mastectomia e, em algumas circunstâncias, pode ser melhor. A situação da paciente é que irá dizer qual é o melhor para o seu caso.
  • No Brasil, esta técnica é adotada desde que esses critérios sejam seguidos.
  • Estas análises estão sendo muito importantes porque desmistificam a idéia muitas vezes dominante na população de que ser radical é melhor. E reforçam também o conceito presente na cirurgia do câncer de mama de que muitas vezes menos é mais.

Rosemar Macedo Sousa Rahal
Profª Adjunta da Universidade Federal de Goiás

Antonio Luiz Frasson
Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia


Análise Crítica: Uma esperança para as pacientes evitarem a quimioterapia

Análise Crítica: Uma esperança para as pacientes evitarem a quimioterapia

A grande evolução da cirurgia no tratamento do câncer de mama reduziu muito o temor da mutilação cirúrgica. As técnicas de oncoplástica, entre outros desenvolvimentos, são os responsáveis. Hoje, o temor da paciente, além do risco da doença em si, é a quimioterapia e seus efeitos adversos. Como nas últimas décadas as indicações de quimioterapia se ampliaram, esse temor é corriqueiramente concretizado em realidade.

Ao mesmo tempo em que ampliaram as indicações de quimioterapia consolidou-se a noção de que a grande maioria das pacientes (mais de 90%), que preenchem os critérios de indicação, na realidade não se beneficiam do tratamento. Ou seja, para conseguir curar uma paciente que já foi operada com quimioterapia, precisamos tratar dezenas de outras desnecessariamente. A incapacidade de identificar as pacientes que não precisam ou não se beneficiam da quimioterapia está no centro do problema.

As tecnologias de identificação de perfil genético dos tumores são a ferramenta crucial para identificar uma grande parte das pacientes que não precisam e não se beneficiam do tratamento quimioterápico. A plataforma baseada em 70 genes denominada Mamaprint comprovou ser capaz de cancelar cerca de 46% dos tratamentos de quimioterapia no estudo Mindact. Isso representa não apenas a remoção do fantasma dos efeitos adversos da quimioterapia, mas uma redução de custos. Esse tipo de tecnologia será cada vez mais incorporada na tomada de decisão sobre o tratamento. Quem ganha com essa inovação são as pacientes e o sistema de saúde pela redução de gastos.

Por isso, as pacientes podem solicitar esta técnica ao seu mastologista, que pode avaliar se, no seu caso, a quimioterapia não tenha necessidade de ser indicada.

Dr. João Henrique Penna Reis
Responsável pela Comissão de Honorários


ICESP suspende inclusão de novos pacientes nos testes da “pílula do câncer”

ICESP suspende inclusão de novos pacientes nos testes da “pílula do câncer”

SÃO PAULO – O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), ligado à Faculdade de Medicina da USP, suspendeu a inclusão de novos pacientes nos testes da fosfoetanolamina sintética, a “pílula do câncer”, no tratamento da doença. Das 72 pessoas que foram tratadas até hoje, de 10 diferentes grupos de tumores, apenas um paciente do grupo de melanoma apresentou reação ao tratamento. Ele teve mais de 30% do tumor reduzido. No total, 20 pacientes seguem em observação.

O ICESP iniciou em agosto de 2016 a primeira etapa dos testes em humanos com a fosfoetanolamina sintética, com 10 pacientes. Nela se verificou os efeitos colaterais graves da substância. Desses 10, quatro deram continuidade para a segunda etapa, em outubro, e, nesta próxima etapa, a idéia era avaliar a substância em mais de 200 pacientes. Estes seriam divididos em grupos de 10 tipos de câncer diferentes – cada um com 21 pessoas – e tomariam três doses da pílula no período de seis meses. Quando três de cada um apresentasse alguma melhora, o mesmo seria acrescido de mais pacientes. Do contrário, aquele grupo seria encerrado.

O grupo de câncer colorretal foi o primeiro a completar a inclusão de todos os 21 pacientes, e foi encerrado, pois nenhum apresentou resposta objetiva ao tratamento.

— Achamos mais prudente suspendermos a inclusão de novos pacientes no estudo porque, da maneira como está sendo colocado, não achamos que seria ético continuarmos incluindo pacientes — explica o diretor-geral do ICESP, Paulo Hoff.

O médico comunicou que estudaria com a equipe do professor de Química aposentado Gilberto Chierice, da USP de São Carlos e inventor da fórmula, a melhor maneira de continuar com as avaliações.

Sobre o único paciente que apresentou resposta positiva à substância, Hoff explicou que isso poderia acontecer por diversas razões, e que é cedo para avaliar se essa melhora está relacionada ao uso da pílula:

— Existem relatos de regressões espontâneas, efeito placebo etc. Preciso de avaliação detalhada.

Davi Uip, secretário de Saúde do Estado de São Paulo, fez questão de frisar que “seguiu-se com rigor as decisões dos pesquisadores” e que “cumpriu-se o que foi combinado em todos os níveis, desde a síntese até o final da pesquisa, referindo-se à equipe de Chierice.

— Torcíamos muito pelo bom resultado. Eu, particularmente, mais que os outros, por problemas pessoais, mas o compromisso é com a ciência e esse foi cumprido — disse Davi.

Nos últimos oito meses, os pacientes inseridos passaram por avaliações periódicas, com retornos entre 15 e 30 dias, para a realização de consultas médicas e exames, uma delas a avaliação da doença por tomografia, o que permite aos médicos acompanhar de perto a evolução do câncer em relação ao uso da substância.

Os pacientes envolvidos no projeto vão dar continuidade ao tratamento no Icesp normalmente, com acompanhamento da equipe de oncologia.

Fonte: Portal Jornal O Globo

http://oglobo.globo.com/sociedade/pesquisa-com-pilula-do-cancer-suspensa-21141561


Sociedade Brasileira de Mastologia divulga nota sobre o uso de Anastrozol

Sociedade Brasileira de Mastologia divulga nota sobre o uso de Anastrozol

Recentemente, o tablóide inglês Daily Mirror publicou uma matéria sobre o uso do comprimido de anastrozol para a prevenção do câncer de mama. Essa reportagem tem gerado dúvidas quanto o uso da substância.

Sobre esse assunto é importante reafirmar que a estratégia de reduzir as chances de câncer de mama utilizando medicamentos é adequada para mulheres que apresentam um risco aumentado. A probabilidade deve ser verificada com um médico assistente, preferencialmente um mastologista ou um oncogeneticista, que através de modelos matemáticos, poderá mensurar o risco da paciente para os próximos 5, 10 anos ou durante a sua vida.

A utilização do tamoxifeno, do anastrozol e do exemestano, pode reduzir em até 50% as chances desenvolvimento da doença, mas é fundamental entender que esse recurso é apenas para mulheres que apresentam um risco aumentado. Mulheres como a Angelina Jolie, que tem mutações genéticas detectadas através do sangue ou da saliva, não estão aptas para tal tratamento. Nesse caso, há outras formas de se reduzir as chances de câncer de mama.

A Sociedade Brasileira de Mastologia se coloca à disposição para melhor trabalhar o tema ou, eventualmente, indicar um médico mastologista de sua região que responderá esse questionamento com maiores detalhes.


Nota à população sobre linfomas associados às próteses de mama

Nota à população sobre linfomas associados às próteses de mama

A Sociedade Brasileira de Mastologia esclarece que, em relação aos dados divulgados pela FDA, a agência americana responsável pelo controle de alimentos e medicamentos, e com base nos dados de conhecimento global desse e dos demais estudos analisados até o presente momento, não há necessidade de alarme em relação a riscos oncológicos ou em relação a outras doenças que possam ser provocadas pelas próteses mamárias. Os dados apresentados pelo FDA já são conhecidos da comunidade médica de especialidade.

O linfoma anaplásico de grandes células associado às próteses mamárias é um subtipo bastante raro de linfoma de células T, que se estima possa surgir um caso em cada 500 mil mulheres com próteses. Mesmo com o alerta dos 12 óbitos relacionados a esta doença nos Estados Unidos e na Austrália, os índices de cura para ela são bastante altos, ultrapassando 90% dos casos. A maioria das pacientes é tratada apenas com a remoção da prótese e da cápsula, sem a necessidade de quimioterapia ou radioterapia.

O silicone presente nas próteses mamárias é um elastômero e a sua viscosidade depende da sua massa molecular. Desde que foram lançadas estas próteses em 1962, foram criadas diversas gerações com diferentes viscosidades e texturizações no seu revestimento. As próteses atuais são de gel mais coesivo, com diversas camadas, o que permite que mantenham sua forma tanto na cirurgia estética quanto na reconstrução mamária. A grande maioria das próteses mamárias implantadas nas últimas duas décadas são texturizadas. Assim, não se consegue estabelecer um nexo causal claro entre a texturização e o surgimento desta doença, visto que quase não se implantam mais próteses lisas, e que também foram relatados casos de linfoma com próteses lisas.

É preciso ressaltar que as próteses mamárias são, entre todas as próteses implantadas no corpo humano com diferentes finalidades médicas, aquelas que foram mais extensivamente estudadas na literatura científica. Além disso, o silicone está na composição de diversos outros produtos da área médica, inclusive catéteres de quimioterapia e próteses de uso em outros órgãos e sistemas. É fundamental que quaisquer novos dados sejam analisados à luz de seus impactos para a saúde da população, levando em consideração os riscos potenciais envolvidos versus os benefícios conhecidos das terapêuticas empregadas.

Assim, a Sociedade Brasileira de Mastologia reitera o seu compromisso de vigilância e monitoramento constante de quaisquer informações que venham a afetar direta ou indiretamente a saúde e a segurança das pacientes sob os cuidados dos membros de nossa especialidade. E que não há nenhum dado até o presente momento que justifique qualquer mudança de postura ou intranquilidade por parte das pacientes portadoras de implantes mamários, sejam elas oriundas de cirurgias estéticas ou reconstrutoras. Devem essas pacientes apenas seguir com a realização de exame clínico mamário e exames de imagem regulares, e serem alertadas que esta é uma condição muito rara, para qual o seu cirurgião a estará monitorando.

Antônio Luiz Frasson
Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia


Reconstrução mamária é um direito de toda mulher brasileira

Reconstrução mamária é um direito de toda mulher brasileira

Em abril deste ano se completará quatro ano da Lei federal nº 12.802/2013, que garante às mulheres mastectomizadas o direito de ter suas mamas reconstruídas no mesmo ato cirúrgico. A Sociedade Brasileira de Mastologia – SBM continua atuando na direção de ampliar cada vez mais esse atendimento, auxiliando às mulheres na luta por terem seus direitos garantidos. Embora a reconstrução em mulheres atendidas pelo SUS tenha aumentado no período entre 2008 e 2014, de 15% para 29,2%, cerca de 7,6 mil mulheres tratadas pelo SUS em 2014 não puderam ser beneficiadas pela Lei, o que preocupa a entidade.

De acordo com o Dr. Cícero Urban, membro da SBM, a entidade tem priorizado a formação e o aperfeiçoamento dos mastologistas nesta área para ampliar o número de profissionais qualificados e aptos para a realização desse tipo de procedimento. “Nas mastectomias, além das próteses mamárias que tem sido cada vez mais empregadas na reconstrução imediata, também temos as técnicas de lipoenxertia, que tem melhorado os resultados em situações que no passado pareciam quase insolúveis. Mas é preciso deixar claro que as cirurgias reparadoras tem limites e indicações precisas. Elas são mais complexas do que as cirurgias estéticas e as pacientes precisam estar bem informadas de tudo isto”, explica o mastologista.

A SBM tem realizado cursos de cirurgia oncoplástica em todo o país, qualificando cada vez mais os mastologistas brasileiros. De acordo com o presidente do Conselho deliberativo da SBM, Ruffo de Freitas Júnior, a reconstrução mamária já está incorporada na maioria das residências médicas na Mastologia. “Além disso, cursos estão sendo realizados para aprimorar ainda mais especialistas em todo o Brasil", afirma.

Estudos já demonstraram os benefícios psicológicos e da autoestima da mulher o que impacta diretamente no bom convívio social, matrimonial e retorno precoce as atividades laborais quando as pacientes são submetidas à reconstrução mamária imediata e é nessa direção que a SBM tem trabalhado para colaborar com a mulher brasileira nesse direito adquirido por lei.


Testes genéticos podem prevenir câncer em portadoras de mutações

Testes genéticos podem prevenir câncer em portadoras de mutações

Recente estudo publicado pelo JAMA, o Jornal da Associação Americana de Medicina, revelou que médicos costumam não recomendar ou até mesmo discutir testes genéticos para mulheres com alto risco de mutações associadas ao câncer de mama ou de ovários. "Mulheres têm muito interesse em testes genéticos, mas muitas não recebem indicação para fazê-los", afirmou Allison Kurian, professora de Medicina na Universidade de Stanford e principal autora do estudo. "Isso é particularmente preocupante porque significa que os médicos estão perdendo a oportunidade de prevenir o câncer em portadoras de mutações e membros da família", acrescentou.

Os pesquisadores da Universidade de Michigan basearam seus achados em consultas com mais de 2.500 mulheres com câncer nos estágios 0 a 2, dois meses após terem se submetido a cirurgia. Elas foram questionadas se gostariam de fazer um teste genético para ver a presença de mutações nos genes BRCA 1 e BRCA 2 e, caso sim, se o fizeram.

Dois terços das mulheres afirmaram que gostariam de fazer o teste, mas apenas um terço havia feito.

Cerca de 56% das que não realizaram o teste afirmaram que não fizeram porque seus médicos não recomendaram.

Apenas 40% de todas as mulheres com alto risco relataram receber aconselhamento genético para ajudá-las a decidir ou entender os resultados. Das que foram testadas, 60% receberam aconselhamento.

Reshma Jagsi, pesquisadora sênior no estudo, afirmou que os resultados são preocupantes porque os testes podem ser uma ferramenta poderosa para mulheres de grupos de risco.

Ela afirmou que isso poderia afetar o tipo de cirurgia que a mulher pode optar para tratar um câncer de mama ou tratamentos para tentar diminuir o risco de desenvolver novos cânceres no futuro. Kurian disse que é como se alguns médicos não enxergassem os benefícios dos testes ou não soubessem como explicar isso para suas pacientes.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Antônio Frasson, o percentual de mulheres que faz o teste no Brasil é muito inferior ao que seria o recomendado. No sistema público, porque não está disponível e fora dele, na maioria das vezes por falta de informação e desinteresse.


Sociedade alerta sobre os riscos das doenças mamárias

Sociedade alerta sobre os riscos das doenças mamárias

Existe uma série de doenças que afetam as mamas que podem produzir sintomas que se confundem com os produzidos pelo câncer de mama. Mastites, nódulos sólidos ou císticos, hiperplasia ductal atípica, Calcificações na mamografia (que podem representar doenças benignas ou até as hiperplasias atípicas), dores mamárias, assimetria mamária e secreção são alguns dos problemas benignos mais comuns que podem atingir as mulheres e não só incomodar como preocupar. O alerta é da Sociedade Brasileira de Mastologia.

De acordo com o presidente do conselho deliberativo da entidade, Dr. Ruffo de Freitas Júnior, por esse motivo é importante as mulheres ficarem atentas às alterações nas mamas. “Mas antes de se desesperar ao descobrir algum nódulo sólido – “caroço”, é importante ir ao mastologista para avaliar e realizar os exames que ele achar necessário indicar (acho que a palavra que dá mais certo é solicitar no lugar de indicar)”, afirma o mastologista, acrescentando que as chances do problema ser benigno são substancialmente maiores.

As doenças da mama englobam uma ampla variedade de patologias, benignas e malignas. Segundo o especialista, a principal queixa da mulher em consulta médica é a dor mamária (mastalgia), seguida de identificação de nódulo. “Atualmente é bastante comum a paciente procurar o médico para prevenir o câncer de mama ou com muitas dúvidas sobre o assunto”, explica Ruffo, que também é ex-presidente da SBM.

Ele explica que, dependendo do tipo da doença, o risco de ter câncer de mama pode aumentar ou não. "A hiperplasia ductalatípica, que é quando as células dos ductos mamários estão com formação alterada, aumenta em torno de cinco a seis vezes as chances de vir a ter câncer de mama", diz, esclarecendo que, enquanto isso, assimetria mamária (muito comum na adolescência) e cistos não são indicadores do tumor, mas os dois precisam de acompanhamento.

O médico chama atenção ainda para as secreções, principalmente, se tiverem coloração semelhante da água e se contiver um pouco de sangue, devem ser analisadas por um mastologista, pois podem revelar algum problema que está refletindo na mama.

Confira abaixo uma lista de doenças congênitas e inflamatórias, mas todas elas precisam ser avaliadas por um mastologista:

Agenesia mamária –É a não formação da mama. É uma condição rara.
Mama extranumerária – É quando a mulher apresenta um número de mamas superior a dois que pode estar localizada em regiões desde a axila até o períneo.
Inversão do mamilo –É quando o mamilo fica como se estivesse empurrado para dentro. Caracterizado pela falta de eversão mamilar na embriogênese.
Mastite – Inflamação aguda da mama. Ocorre geralmente em mulheres que estão amamentando.
Ectasia ductal mamária – Que se traduz na dilatação dos ductos da mama,por onde o leite é escoado durante a amamentação.
Necrose gordurosa – É a morte das células gordurosas das mamas. Pode ser causada por um trauma direto na mama como uma pancadaquedastombos ou, mais raramente, pode ser espontânea.