mamógrafo

Nota de Esclarecimento - Recomendações da Mamografia

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologistas e Obstetras (FEBRASGO) vêm a público esclarecer que, em razão de fake news que vem circulando em quase todo o Brasil, a recomendação das três entidades para a realização da mamografia é:

  • Mulheres com casos de câncer de mama e/ou ovário na família - pai, mãe, irmã, irmão, filha ou filho - poderão realizar a mamografia antes dos 40 anos, conforme a orientação de seu mastologista, radiologista e ou ginecologista.
  • A partir dos 40 anos, toda mulher deve realizar mamografia anualmente;
  • A recomendação é realizar a mamografia anualmente até os 75 anos. Em caso de alterações clínicas, em qualquer idade, a mulher deverá procurar o médico e fazer os exames solicitados;
  • Após os 75 anos, se bem de saúde e com boa expectativa de vida a mulher pode continuar a realizar a mamografia anualmente a partir de decisão conjunta com seu médico assistente;

Converse com o seu mastologista, ginecologista e ou radiologista de sua confiança, somente ele está apto a passar as devidas orientações quanto aos cuidados com a saúde das mamas e de acordo com o seu caso.

Oportunamente, reiteramos que estamos ao lado das brasileiras para que todas tenham acesso à prevenção e tratamento de qualidade. Seguimos firmes na nossa missão de buscar, sempre, uma vida longeva com mais saúde e qualidade para todas as mulheres.


cerimônia de posse

Participação da Dra. Pollyanna Dornelas Pereira na Posse dos Conselheiros Federais (2024-2029)

No dia 1º de outubro de 2024, a Dra. Pollyanna Dornelas Pereira, representando a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), esteve presente na cerimônia de posse dos Conselheiros Federais para o quinquênio 2024-2029. A solenidade ocorreu às 19h na sede do Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília.

Este momento marca a renovação do compromisso com a ética e a qualidade na prática médica no Brasil, e a SBM reforça seu apoio ao trabalho dos Conselheiros Federais em prol da valorização da medicina e do cuidado à saúde da população.


tjcc

Sociedade Brasileira de Mastologia participa de um dos maiores eventos de oncologia e saúde do país

Prevenção, detecção precoce e qualidade de vida compõem o painel multitemático da SBM no 11º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) participa do Congresso Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC) com um painel multitemático que destaca os avanços no controle e tratamento do câncer de mama, o mais incidente entre as mulheres brasileiras, sob a perspectiva de prevenção, detecção precoce e qualidade de vida. Em 11ª edição, o TJCC, um dos maiores eventos sobre oncologia e saúde do País, conduz os debates a partir da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, instituída pela Lei nº 14.758/2023, que entrou em vigor em junho deste ano, e depende de regulamentações específicas para sua efetiva implementação.

No 11º Congresso TJCC, realizado no WTC Events Center, em São Paulo (SP), a participação da SBM está marcada para a próxima quinta-feira (19/09) e vai reunir especialistas no painel “Transformando a jornada da paciente com câncer de mama – Somos todos responsáveis”. O evento tem transmissão on-line e ao vivo para todo o Brasil.

“O câncer de mama é uma doença controlável e curável diante dos avanços da medicina. A Sociedade Brasileira de Mastologia vem mostrar neste painel como estamos melhorando e como podemos avançar nos resultados de câncer de mama no Brasil com ações voltadas para prevenção, detecção precoce, tratamento em tempo hábil e sobrevida de qualidade. Estas ações envolvem múltiplos atores e comprovam que juntos somos mais fortes”, afirma a mastologista Sandra Gioia, presidente do Departamento de Políticas Públicas da SBM e movimentadora do congresso TJCC.

Como membro da diretoria da SBM, a mastologista Rosemar Rahal destaca a relevância multitemática do painel. “Muitas discussões que envolveram SBM, universidades e outras entidades com atuações importantes estão neste painel e resultaram em documentos encaminhados ao Ministério da Saúde para implementação de procedimentos e serviços em todo o Brasil”, afirma a especialista.

Um desses encaminhamentos sugere a estruturação de testagem genética para detecção de mutações patogênicas e provavelmente patogênicas para pacientes com câncer de mama e ovário e seus familiares no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde). Entre os fatores aumentados de risco, especialistas destacam a mutação do gene BRCA. De acordo com a SMB, esta alteração genética representa até 80% de possibilidade de desenvolvimento de câncer de mama e de 40% para o de ovário.

O exame para Detecção de Mutação Genética dos Genes BRCA1 e BRCA2, custeado pelo SUS, afirma Rosemar Rahal, é um meio eficiente para identificar a mutação e realizar medidas profiláticas que podem salvar milhares de mulheres. Embora exista legislação que permite a realização do teste em cinco Estados brasileiros, somente Goiás, de fato, implementou o exame. A mastologista da SBM participou ativamente para que a partir da assinatura de um convênio do governo estadual, em outubro de 2023, com a Universidade Federal de Goiás (UFG), o painel genético para câncer de mama herdado fosse realizado pelo Centro de Genética Humana do Instituto de Ciências Biológicas da mesma universidade.

Em audiência pública na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), a SBM também defendeu a ampliação do acesso a diagnósticos e aprimoramento nos tratamentos no alcance do SUS. No período de 2015 a 2022, avaliado pelo Panorama do Câncer de Mama, na faixa etária de 30 a 49 anos somaram-se 117.984 novos casos da doença, ou 30,5% do total apurado, que inclui também mulheres de 50 a 59 anos e de 60 a 69 anos. “Quando olhamos para esta estatística, constatamos que o ‘rejuvenescimento’ do câncer de mama já é uma realidade no Brasil”, afirma Rosemar. Segundo ela, é imperativo que o Ministério da Saúde reveja o início do rastreamento da doença e considere a idade mínima a partir de 40, e não aos 50 anos.

O painel da SBM no 11º TJCC apresenta ainda contribuições sobre o impacto da nutrição e da atividade física em mulheres diagnosticadas com câncer de mama. Estudos recentes indicam que a prática regular de exercícios moderados pode ter um efeito antitumoral significativo, especialmente em determinados subtipos da doença.

Sobre a adesão das pacientes com câncer de mama a recomendações de estilo de vida saudável, associando atividade física à alimentação balanceada, pesquisas revelam redução expressiva de mortalidade e de recorrência da doença.

As barreiras enfrentadas pelas pacientes para acesso a diagnóstico e tratamento também merecem o debate no painel da SBM. Um dos aspectos destacados por Rosemar Rahal faz referência à cobertura mamográfica inadequada. “No SUS, temos número suficiente de aparelhos de mamografia para atender a população-alvo. No entanto, nunca passamos de 30% do rastreamento”, afirma Rosemar. Como efeito, a especialista observa que os casos de câncer de mama em estágio avançado são maiores na rede pública em comparação com a saúde suplementar, que inclui os planos de saúde.

Desde a biópsia até o primeiro tratamento, observam-se diferenças entre o SUS e a saúde suplementar. Em até 30 dias, os atendimentos representaram, de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, 21,1% no SUS e 45,4% no sistema privado. Entre 30 e 60 dias, o SUS registra 34%; a saúde suplementar, 40%. Acima de 60 dias, foram 44,9% no SUS e 14,6% no sistema privado. Neste sentido, a SBM considera fundamental a aplicação da Lei nº 12.732 de 2012, que determina o início do tratamento no prazo máximo de dois meses.

Painel SBM

Acompanhe os temas do painel, “Transformando a jornada da paciente com câncer de mama – Somos todos responsáveis”, da SBM, que será apresentado pela jornalista Lilian Ribeiro e terá como convidadas as mastologistas Annamaria Massahud Rodrigues dos Santos e Paula Cristina Saab.

- “Nutrição e atividade física estão revolucionando os cuidados médicos”, com Daniel Cady, nutricionista, empresário e TEDx speaker.
- “Impacto da mudança de estilo de vida nas sobreviventes do câncer”, com Daniel Buttros, professor do programa de pós-graduação em Tocoginecologia da Unesp e membro da SBM.
- “Medicina de precisão para todos: é possível?”, com Rosemar Rahal, professora do Programa de Mastologia UFG (Universidade Federal de Goiás) e membro da diretoria da SBM.
- “Barreiras e oportunidades na jornada da paciente: quais as necessidades a serem atendidas?”, com Carlos Ruiz, mastologista no HC FMUSP/ICESP e do Centro de Oncologia Hospital Alemão.

Mais informações sobre o 11º TJCC: www.congresso.tjcc.com.br


Manifesto é criado para federalização da testagem genética para câncer de mama e ovário no Brasil

Manifesto é criado para federalização da testagem genética para câncer de mama e ovário no Brasil

No Fórum de Acesso ao Painel Genético em Câncer de Mama, realizado no Brazilian Breast Cancer Symposium (BBCS), em Brasília, Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e Femama apresentam documento a ser enviado ao Ministério da Saúde com viabilidade da testagem em todo o País

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 73.610 novos casos de câncer de mama para cada ano do triênio 2023-2025. No Brasil, a doença tem sido diagnosticada em 42% das pacientes, com aproximadamente 16% de óbitos. Este tipo de neoplasma maligno é a primeira causa de mortalidade entre as mulheres brasileiras. Para o câncer de ovário, segunda neoplasia ginecológica mais comum, a estimativa é de 7.310 novos casos para cada ano do mesmo triênio. Em 2020, o câncer ovariano totalizou 3.920 óbitos, o que representa 3,62 mortes em cada 100 mil pacientes. Entre os fatores aumentados de risco, especialistas destacam a mutação do gene BRCA. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SMB), esta alteração genética representa até 80% de possibilidade de desenvolvimento de câncer de mama e de 40% para o de ovário. Diante desta realidade, SBM e Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama) apresentaram no Fórum de Acesso ao Painel Genético em Câncer de Mama do Brazilian Breast Cancer Symposium (BBCS), em Brasília (DF), um manifesto a ser encaminhado ao Ministério da Saúde, acompanhado de um documento (policy paper) com todo o processo de estruturação de testagem genética para detecção de mutações patogênicas e provavelmente patogênicas para pacientes com câncer de mama e ovário e seus familiares no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde).

A testagem genética é recomendada por protocolos internacionais. No sistema suplementar brasileiro, operado pelos planos de saúde, está disponível desde 2014. “Sabemos que em boa parte das pacientes diagnosticadas com câncer de mama e ovário a origem pode ser genética”, afirma o presidente da SBM, Tufi Hassan, no Fórum de Acesso ao Painel Genético em Câncer de Mama do BBCS.

De acordo com Hassan, a testagem nestas mulheres pode beneficiá-las com exames mais precoces, quimioprevenção e cirurgias profiláticas. “É muitíssimo importante que esta testagem seja realidade em todo o País, pois diminuiria custos de tratamento adiante e daria sobrevida a essas pacientes”, diz.

O benefício de prevenção do câncer de mama e ovário hereditários pode impactar significativamente as famílias e a sociedade como um todo, evitando todo o sofrimento advindo do diagnóstico e do tratamento de um câncer.

Embora se destaque a robustez dos benefícios do acesso ao painel genético de BRCA1 e BRCA2 e esteja comprovada a efetividade da detecção de mutações patogênicas nestes genes, a testagem não está disponível no SUS em todo território nacional. Apenas Amazonas (Lei nº 5.404/2021), Goiás (Lei nº 20.707/2020), Minas Gerais (Lei nº 23.449/2019), Rio de Janeiro (Lei nº 7049/2015) e o Distrito Federal (Lei nº 6.733/2020) aprovaram leis que garantem o acesso à testagem genética por meio de seus serviços locais. Somente em Goiás o teste está disponível para toda a população desde fevereiro de 2023, por meio do programa Goiás Todo Rosa.

De acordo com a médica mastologista Rosemar Rahal, membro da diretoria da SBM, o documento (policy paper) apresentado no Fórum de Acesso ao Painel Genético em Câncer de Mama do BBCS norteia todo o processo de estruturação da testagem no Brasil. “Neste documento, que deve ser levado ao Ministério da Saúde, apresentamos números robustos sobre a importância da testagem e consideramos que já temos uma estrutura e maquinário para a realização deste procedimento”, afirma.

Há quatro anos, a Femama trabalha com o Congresso Nacional na concretização do Projeto de Lei nº 265/2020 para incluir a testagem genética no SUS, visando o controle dos cânceres de mama e ovário. Desde o ano passado, em conjunto com a SBM, a entidade desenvolveu o documento técnico que estabelecesse diretrizes clínicas, parâmetros para a estrutura assistencial, orientações para o planejamento do processo terapêutico, entre outros itens indispensáveis.

Sobre a estruturação de centros de testagem no País, o manifesto assinado por SBM e Femama ressalta que o Ministério da Saúde adquiriu equipamentos de última geração para sequenciamento genético. Este maquinário está disponível em laboratórios centrais dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) também conta com duas unidades altamente especializadas de diagnóstico. O Unadig (Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19) do Rio de Janeiro e do Ceará dispõem de equipamentos de Biologia Molecular, incluindo os sequenciadores NGS necessários à execução dos testes de BRCA. Além disso, a fundação ainda conta com uma Rede de Plataformas Tecnológicas composta por equipamentos de alta complexidade, com sistemas de genômica e bioinformática capazes de atender instituições públicas e privadas, “demonstrando que o Ministério da Saúde já dispõe de recursos físicos para organizar uma rede de testagem genética em oncologia capaz de atender a demanda nacional”, destaca o manifesto.

“Nossa proposta agora é que exista a federalização da lei que já é realidade em Estados brasileiros”, diz Rosemar Rahal. “Muitas vidas podem ser salvas se a população brasileira tiver acesso ao painel genético de BRCA1 e BRCA2”, completa a mastologista da SBM.

No manifesto, SBM e Femama ressaltam o compromisso e a parceria em colaborar tecnicamente para orientar serviços de saúde em cuidados centrados nos pacientes, “de modo a garantir, efetivamente, a equidade prevista no SUS, a qualidade do percurso assistencial, de forma sustentável, para usuários do sistema público com alto risco de câncer de mama e ovário”.


Maior congresso de mastologia do Brasil traz avanços no enfrentamento do câncer de mama

Maior congresso de mastologia do Brasil traz avanços no enfrentamento do câncer de mama

Em 26ª edição, evento sediado em Porto Alegre (RS) apresenta visões globais com potencial para orientar políticas públicas no Brasil

De 10 a 13 de abril, especialistas brasileiros e estrangeiros participam do 26º Congresso Brasileiro de Mastologia. Organizado pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e SBM Regional Rio Grande do Sul (SBM-RS), o evento sediado em Porto Alegre se consolida nesta edição por congregar as principais autoridades científicas nacionais e internacionais sobre uma visão global no controle do câncer de mama e suas potencialidades na orientação de políticas públicas para o enfrentamento da doença no Brasil.

“O Congresso Brasileiro de Mastologia tornou-se um evento de excelência, em que se discutem os temas mais atualizados da especialidade, tendo como participantes autoridades brasileiras e internacionais”, afirma Tufi Hassan, presidente da SBM. “Nesta edição, especialmente, temos a oportunidade de absorver conhecimentos e informações para nortear nosso trabalho como mastologistas e também políticas públicas nacionais.”

Com a expectativa de reunir mais de 1.500 especialistas, a 26ª edição tem início quarta-feira (10/04) com a Atividade Pré-Congresso. Nos dois painéis organizados pelo IGCC (Instituto de Governança e Controle do Câncer), serão discutidas perspectivas sobre a política nacional de prevenção e controle do câncer de mama e o papel das cidades na prevenção e no controle da doença.

Para a aula magna o convidado é o especialista Ben Anderson. O professor de Cirurgia e Medicina de Saúde Global na Universidade de Washington assinala várias contribuições inestimáveis em seu vasto currículo. Na OMS (Organização Mundial da Saúde), atuou como diretor médico para liderar o Comitê Global sobre Câncer de Mama. Na Atividade Pré-Congresso, em Porto Alegre, Anderson aborda o objetivo compartilhado com atores de todo o mundo na Iniciativa Global contra o Câncer de Mama, da OMS, para reduzir a incidência da doença em 2,5% por ano, que pouparia 2,5 milhões de vida em duas décadas.

Um dos compromissos do 26º Congresso de Mastologia é referendar a “Carta de Porto Alegre”. O documento, que será assinado por autoridades federais, estaduais e municipais na abertura do evento, na próxima quinta-feira (11/04), propõe no contexto de pacto a adoção de soluções para os principais problemas de rastreamento, diagnóstico e tratamento da doença no Brasil. “A ‘Carta de Porto Alegre’, sob a coordenação do mastologista José Luiz Pedrini (membro da Comissão Científica do evento), foi elaborada nos últimos seis meses em parceria com importantes organizações não governamentais. A meta, neste documento, é o avanço no tratamento do câncer de mama no Brasil”, destaca Andréa Damin, presidente do 26º Congresso Brasileiro de Mastologia e da SBM-RS.

Políticas públicas

A lei que cria a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC), publicada no final de 2023, constitui um marco na luta contra a doença. A legislação surge da força da participação social, no momento em que o câncer é reconhecido como uma das principais causas de morte no Brasil. As mudanças trazidas pela lei e os seus impactos na saúde da população brasileira também serão abordadas no 26º Congresso Brasileiro de Mastologia.

“Nós, da SBM, estamos decididos a contribuir para a diminuição dos casos avançados de câncer de mama no Brasil e, por conseguinte, reduzir a mortalidade por esta doença”, afirma a mastologista Sandra Gioia, presidente do Departamento de Políticas Públicas da SBM. “Para nortear nossas ações, contamos com metas e indicadores globais.”

As principais diretrizes da PNPCC incluem o fortalecimento da prevenção, diagnóstico precoce, tratamento de qualidade e suporte integral aos pacientes e familiares. Nos próximos passos, a abordagem será pela implementação efetiva dessas instruções, o aumento do acesso aos serviços de saúde, a promoção de campanhas de conscientização e o investimento em pesquisa e inovação.

“No contexto da nova lei, o congresso é uma oportunidade para compartilharmos vários casos de sucesso implementados no Brasil com representantes da OMS, do Ministério da Saúde, da sociedade civil e com gestores de Saúde do Rio Grande do Sul”, destaca Sandra.

No curso pré-congresso, os organizadores programam uma sessão científica inteiramente voltada a discutir aspectos de saúde pública. “Nesta atividade, teremos a participação do diretor geral do INCA (Instituto Nacional de Câncer), Roberto Gil, e do coordenador-geral de Políticas Nacionais de Prevenção e Controle do Câncer do Ministério da Saúde, Fernando Maia. Também contaremos com Fernando Ritter, secretário de Saúde de Porto Alegre, e Arita Bergmann, secretária de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul”, completa a presidente da SBM-RS, Andréa Damin.

Contribuições mundiais

Para Andréa Damin, o 26º Congresso Brasileiro de Mastologia se configura como “um momento único para vivenciar os maiores avanços científicos na especialidade”.

Entre os participantes do evento, a presidente da SBM-RS destaca Monica Morrow, chefe do Departamento de Cirurgia Mamária do Sloan Kattering Cancer Center de Nova York. “Uma das maiores pesquisadoras da doença no mundo, tem revolucionado conceitos na área de cirurgia. Ela vai discutir em profundidade a cirurgia axilar no câncer de mama.”

Terry Mamounas, diretor médico da Divisão de Câncer de Mama do Complexo de Saúde de Orlando, Flórida, também é presença confirmada no evento. Coordenador de grandes estudos na área da terapia adjuvante hormonal, o especialista vai abordar novos aspectos do tratamento adjuvante.

A presidente da SBM-RS destaca também a contribuição de Michele Pilewski, professora de Cirurgia Mamária na Universidade de Michigan, “com grande experiência nas áreas de cirurgia e prevenção do câncer de mama”.

Além dos pesquisadores que atuam nos Estados Unidos, o congresso conta com a participação de Benigno Acea, chefe da Divisão de Cirurgia Mamária do Hospital Universitário de La Coruña, Espanha, com contribuições relevantes na área de oncoplastia.

26º Congresso Brasileiro de Mastologia
10 a 13 de abril
Centro de eventos do BarraShoppingSul
Av. Diário de Notícias, 300, Cristal – Porto Alegre (RS)
Informações e inscrições: www.mastologia2024.com.br


Plena implementação de testes genéticos para câncer de mama no SUS contribui para salvar vidas no Brasil

Plena implementação de testes genéticos para câncer de mama no SUS contribui para salvar vidas no Brasil

Realidade no Estado de Goiás, a aplicação do exame em todo o território nacional é a meta da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM)

Os casos de câncer associados a causas hereditárias, caracterizados por uma predisposição familiar e que podem passar de geração para geração, representam cerca de 10% do total dos diagnósticos da doença no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O caso específico da mutação do gene BRCA traz outra estatística preocupante. De acordo com a médica mastologista Rosemar Rahal, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Mastologia (SMB), esta alteração representa risco de 80% para desenvolvimento de câncer de mama e de 40% para o de ovário. O exame para Detecção de Mutação Genética dos Genes BRCA1 e BRCA2, custeado pelo SUS, destaca a especialista, é um meio eficiente para identificar a mutação e realizar medidas profiláticas que podem salvar milhares de mulheres. “Embora exista legislação que permite a realização do teste em cinco Estados brasileiros, somente Goiás, de fato, implementou o exame.”

Em Goiás, o exame para Detecção de Mutação Genética dos Genes BRCA1 e BRCA2 em mulheres com histórico familiar de câncer de mama ou de ovário é previsto pela Lei nº 20.707, de 2020. “Desde a promulgação da legislação, todos os esforços da SBM foram pela implantação efetiva deste teste que pode beneficiar uma grande parcela da população”, lembra a mastologista Rosemar Rahal.

A partir da identificação da mutação por meio do exame, medidas profiláticas, como as cirurgias de mastectomia e ooforectomia (retirada dos ovários), impactam diretamente na sobrevida das pacientes. “Hoje, além das cirurgias profiláticas, existem medicamentos específicos para as mulheres com câncer de mama e portadores desta predisposição genética”, afirma.

A partir da assinatura do convênio do governo estadual, em outubro de 2023, com a Universidade Federal de Goiás (UFG), o painel genético para câncer de mama herdado será realizado pelo Centro de Genética Humana do Instituto de Ciências Biológicas da mesma universidade.

O teste, inicialmente, será implementado na Policlínica de Quirinópolis, região Sudoeste de Goiás, expandindo-se posteriormente para a região Centro-Norte, que abrange os municípios de Goianésia e Uruaçu. A meta é disponibilizar o acesso ao exame genético para todo o Estado.

Até agora, além de Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal e Amazonas dispõem de legislações específicas para Detecção de Mutação Genética dos Genes BRCA1 e BRCA2. Para Rosemar Rahal, a parceria entre o governo de Goiás e a UFG serve de inspiração para o País. “É fundamental que os Estados coloquem, efetivamente, as legislações em prática”, diz.

Em tramitação federal, o Projeto de Lei nº 265/2020 propõe a realização de testes genéticos para prevenção, diagnóstico e tratamento dos cânceres de mama e ovário no âmbito do SUS em todo o País. O direito já assiste as mulheres no sistema suplementar operado pelos planos de saúde desde 2014. “Neste sentido, o convênio também é um estímulo para que o Brasil, como um todo, ofereça o teste para as mulheres”, conclui a representante da Sociedade Brasileira de Mastologia.