Testes genéticos podem prevenir câncer em portadoras de mutações

Testes genéticos podem prevenir câncer em portadoras de mutações

Recente estudo publicado pelo JAMA, o Jornal da Associação Americana de Medicina, revelou que médicos costumam não recomendar ou até mesmo discutir testes genéticos para mulheres com alto risco de mutações associadas ao câncer de mama ou de ovários. "Mulheres têm muito interesse em testes genéticos, mas muitas não recebem indicação para fazê-los", afirmou Allison Kurian, professora de Medicina na Universidade de Stanford e principal autora do estudo. "Isso é particularmente preocupante porque significa que os médicos estão perdendo a oportunidade de prevenir o câncer em portadoras de mutações e membros da família", acrescentou.

Os pesquisadores da Universidade de Michigan basearam seus achados em consultas com mais de 2.500 mulheres com câncer nos estágios 0 a 2, dois meses após terem se submetido a cirurgia. Elas foram questionadas se gostariam de fazer um teste genético para ver a presença de mutações nos genes BRCA 1 e BRCA 2 e, caso sim, se o fizeram.

Dois terços das mulheres afirmaram que gostariam de fazer o teste, mas apenas um terço havia feito.

Cerca de 56% das que não realizaram o teste afirmaram que não fizeram porque seus médicos não recomendaram.

Apenas 40% de todas as mulheres com alto risco relataram receber aconselhamento genético para ajudá-las a decidir ou entender os resultados. Das que foram testadas, 60% receberam aconselhamento.

Reshma Jagsi, pesquisadora sênior no estudo, afirmou que os resultados são preocupantes porque os testes podem ser uma ferramenta poderosa para mulheres de grupos de risco.

Ela afirmou que isso poderia afetar o tipo de cirurgia que a mulher pode optar para tratar um câncer de mama ou tratamentos para tentar diminuir o risco de desenvolver novos cânceres no futuro. Kurian disse que é como se alguns médicos não enxergassem os benefícios dos testes ou não soubessem como explicar isso para suas pacientes.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Antônio Frasson, o percentual de mulheres que faz o teste no Brasil é muito inferior ao que seria o recomendado. No sistema público, porque não está disponível e fora dele, na maioria das vezes por falta de informação e desinteresse.


Sociedade alerta sobre os riscos das doenças mamárias

Sociedade alerta sobre os riscos das doenças mamárias

Existe uma série de doenças que afetam as mamas que podem produzir sintomas que se confundem com os produzidos pelo câncer de mama. Mastites, nódulos sólidos ou císticos, hiperplasia ductal atípica, Calcificações na mamografia (que podem representar doenças benignas ou até as hiperplasias atípicas), dores mamárias, assimetria mamária e secreção são alguns dos problemas benignos mais comuns que podem atingir as mulheres e não só incomodar como preocupar. O alerta é da Sociedade Brasileira de Mastologia.

De acordo com o presidente do conselho deliberativo da entidade, Dr. Ruffo de Freitas Júnior, por esse motivo é importante as mulheres ficarem atentas às alterações nas mamas. “Mas antes de se desesperar ao descobrir algum nódulo sólido – “caroço”, é importante ir ao mastologista para avaliar e realizar os exames que ele achar necessário indicar (acho que a palavra que dá mais certo é solicitar no lugar de indicar)”, afirma o mastologista, acrescentando que as chances do problema ser benigno são substancialmente maiores.

As doenças da mama englobam uma ampla variedade de patologias, benignas e malignas. Segundo o especialista, a principal queixa da mulher em consulta médica é a dor mamária (mastalgia), seguida de identificação de nódulo. “Atualmente é bastante comum a paciente procurar o médico para prevenir o câncer de mama ou com muitas dúvidas sobre o assunto”, explica Ruffo, que também é ex-presidente da SBM.

Ele explica que, dependendo do tipo da doença, o risco de ter câncer de mama pode aumentar ou não. "A hiperplasia ductalatípica, que é quando as células dos ductos mamários estão com formação alterada, aumenta em torno de cinco a seis vezes as chances de vir a ter câncer de mama", diz, esclarecendo que, enquanto isso, assimetria mamária (muito comum na adolescência) e cistos não são indicadores do tumor, mas os dois precisam de acompanhamento.

O médico chama atenção ainda para as secreções, principalmente, se tiverem coloração semelhante da água e se contiver um pouco de sangue, devem ser analisadas por um mastologista, pois podem revelar algum problema que está refletindo na mama.

Confira abaixo uma lista de doenças congênitas e inflamatórias, mas todas elas precisam ser avaliadas por um mastologista:

Agenesia mamária –É a não formação da mama. É uma condição rara.
Mama extranumerária – É quando a mulher apresenta um número de mamas superior a dois que pode estar localizada em regiões desde a axila até o períneo.
Inversão do mamilo –É quando o mamilo fica como se estivesse empurrado para dentro. Caracterizado pela falta de eversão mamilar na embriogênese.
Mastite – Inflamação aguda da mama. Ocorre geralmente em mulheres que estão amamentando.
Ectasia ductal mamária – Que se traduz na dilatação dos ductos da mama,por onde o leite é escoado durante a amamentação.
Necrose gordurosa – É a morte das células gordurosas das mamas. Pode ser causada por um trauma direto na mama como uma pancadaquedastombos ou, mais raramente, pode ser espontânea.